01/07/2010 - 0:00
Pecuária
O boi influenciável
Não é de hoje que os preços dos bovinos em São Paulo influenciam os valores em outras regiões do Brasil. Agora, um estudo da Scot Consultoria comprovou o que muitos pecuaristas já perceberam na prática. Um grupo de pesquisadores calculou a correlação de valores entre as principais praças pecuárias do país de 2003 até maio de 2010. Os resultados obtidos mostram quais são as probabilidades dessas regiões terem a variação de preços influenciada por SãoPaulo. Confira quais são as mais suscetíveis:
Política
Código Florestal subiu no telhado
Depois de muita polêmica e uma verdadeira queda de braço entre as bancadas ambientalistas e ruralistas, o projeto de lei do novo Código Florestal deve ser votado apenas após as eleições. A intenção, anunciada pelo líder do governo Cândido Vaccarezza (PT/SP), não agradou à bancada ruralista, que possui a maioria dos membros da comissão e pede urgência na votação do projeto. Entre os pontos de discórdia da polêmica lei está a isenção de reserva legal para as propriedades de até quatro módulos fiscais.
Biodiesel
Potencial desperdiçado
Não deu certo a investida do Grupo Maeda no setor de etanol. Sócio na Tropical Bionergia com as gigantes British Petroleum e Louis Dreyfus, a empresa está vendendo sua área de cana de 14,2 mil hectares em Edeia (GO) por R$ 150 milhões. Com esses recursos, deve ampliar a atual área plantada com grãos de 94 mil hectares para 135 mil hectares.
Argentina
O tiro saiu pela culatra
Mesmo intervindo nos preços do trigo e do milho para conter as exportações e o aumento da inflação, a Argentina ficou sem saída. Com a queda dos preços, os produtores investiram na soja, que continua lucrativa mesmo com a sobretaxa de 35%. A cultura passou dos dez milhões de hectares da safra 2001/02 para 18 milhões de hectares na safra 2010/11, enquanto o trigo passou de sete para quatro milhões de hectares e o milho ficou estável.
Tabaco
Fumo bom
A Philip Morris International, uma das maiores fabricantes de produtos à base de tabaco do mundo, anunciou acordos com cerca de 17 mil produtores brasileiros da planta no Sul do País. A unidade brasileira da empresa informou que o tabaco comprado sob acordos representa hoje cerca de 10% das necessidades globais do grupo e que permitira à empresa melhorar a eficiência em termos de custo de produção. Só no primeiro trimestre deste ano, o grupo norteamericano faturou US$ 15,5 bilhões, alta de 17,3% em relação ao mesmo período de 2009, quando faturou US$ 13,2 bilhões.
Arroz
“Eu garanto”
Em reunião com membros do setor rizicultor, o ministro Wagner Rossi garantiu que os produtores terão o respaldo do governo federal para a comercialização dos grãos, garantindo o preço mínimo no mercado. “O produtor de arroz não será penalizado. Ele dá grande contribuição ao País e tem todo direito à garantia de renda” declarou.
Pecuária
Rio Grande do Sul sem aftosa
Uma década depois da tentativa frustrada de se tornar zona livre de aftosa sem vacinação, o Rio Grande do Sul volta ao tema. O objetivo é deixar de vacinar as 14 milhões de cabeças, ou seja, 7% do rebanho brasileiro. Os gaúchos esperam obter da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) o status de zona livre da aftosa sem vacinação, para exportar carne in natura, algo que os vizinhos de Santa Catarina já conquistaram. Se aprovada, a medida abrirá as portas de mercados significativos como EUA e Japão.
Carne
Pará e a Carne Legal
“Churrasco de desmatamento: é isso que você come quando compra carne de origem incerta”. Com este tema, o Ministério Público Federal no Pará quer que o consumidor reflita sobre a procedência da carne que consome e chama a atenção para os 70% de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia que abrigam atividade pecuária. A “Carne Legal” mostra que a destruição de novas áreas de mata para transformá- las em pasto é mais barato do que investir em aumento de produtividade das áreas já desmatadas. A diferença é de R$ 400/ha, segundo a Embrapa. O MPF aperta o cerco também em Rondônia e Mato Grosso, cujos rebanhos são desenvolvidos no bioma amazônico.
Empresa
JBS-Friboi internacionalizada
O ranking elaborado pela Fundação Dom Cabral, com base em 2009, mostrou que a JBS-Friboi é a empresa brasileira mais internacionalizada, com 83,6% das vendas e 64% dos funcionários no Exterior, em 7 países e nos 5 continentes, embora apenas 37,3% dos ativos estejam fora do Brasil. É líder entre as transnacionais em receita relativa e índices de funcionários no Exterior. O crescimento foi de 150% influenciado pela compra das americanas Swift e Pilgrim’s Pride.