EXPANSÃO: Mato Grosso deve se tornar o principal confinador do País nos próximos cinco anos anos

O confinamento de bovinos no Brasil deve ficar 13% maior neste ano, passando dos 3,46 milhões de cabeças de 2011 para 3,9 milhões, segundo a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), com sede em Goiânia. A principal razão para o crescimento do rebanho é o avanço da agricultura sobre áreas degradadas de pastagens, que hoje somam mais de 100 milhões de hectares, e um esperado incremento de produção na segunda safra de milho do País, que pode chegar a 35,7 milhões de toneladas. Mato Grosso deve registrar o maior crescimento entre os Estados confinadores do País, com 39%, chegando a 499 mil animais neste ano. Para Eduardo Alves de Moura, presidente da Assocon, o Estado deve superar Goiás, que atualmente é o maior confinador do País, e crescer 14%, passando para 747 mil cabeças nos próximos cinco anos. “Mato Grosso tem o maior rebanho do Brasil e é o maior produtor de grãos também”, diz Moura. “Por isso, acredito que vai ultrapassar Goiás em breve”, afirma. A despeito do entusiasmo do presidente da Assocon, há quem encare as possibilidades do confinamento com cautela. É o caso de Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), para quem o confinamento precisa ser tratado como um negócio diferente da engorda tradicional no pasto, pois, caso os custos de produção fiquem muito elevados, a margem de lucro ficará mais apertada. “Neste ano, tudo indica que o preço do milho vai cair”, afirma Vacari. “Mas a arroba do boi também está mais barata; daí é preciso ficar atento.” De acordo com ele, o preço médio para confinar um boi por dia é R$ 5 e ao final de 90 dias, que é o tempo gasto para engordá-lo, cada animal sairá ao pecuarista por R$ 450. Levando em conta o valor pago pelo boi magro, R$ 1,3 mil, em média, ao final do processo de confinamento o valor de um animal com 18 arrobas será de R$ 1,75 mil. Ou seja, a arroba custará R$ 92,22, cerca de R$ 10 a menos que sua cotação no mercado futuro de outubro, quando há o maior volume de animais confinados no País. “Com isso, a margem para o confinador é pequena”, diz Vacari.