São Paulo, 22/12 – A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul reforçou, em seu mais recente boletim de monitoramento de gafanhotos no Estado, que as espécies deste inseto notificadas pelos produtores rurais gaúchos nas últimas semanas são “nativas, de ocorrência comum no Estado e não estão manifestando comportamento de praga agrícola”.

Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria, Ricardo Felicetti, a orientação inclusive é não realizar o controle desses gafanhotos, tendo em vista que essas espécies desempenham função ecológica no meio ambiente “e eventuais supressões possibilitariam desequilíbrio local e efeitos adversos ao meio ambiente e na contenção de pragas agrícolas proporcionada pelas mesmas”.

Segundo nota da secretaria, diversos relatos de ocorrências de gafanhotos têm sido recebidos pelo Departamento de Defesa Agropecuária, sendo que a área de maior concentração de insetos está na divisa dos municípios de Santo Augusto e São Valério do Sul. Conforme Felicetti, a espécie predominante é a Chromacris speciosa, ou gafanhoto-soldado, de coloração preta com manchas vermelhas quando jovem, evoluindo para verde camuflado quando adulto.

Felicetti conta que outras espécies do gênero Sinipta, de ocorrência em pastos naturais, e do gênero Zoniopoda também foram observadas. Conforme ele, essas espécies alimentam-se de vegetação nativa e plantas espontâneas e daninhas, com baixo risco de danos à produção agrícola. De todo modo, ele solicitou que, “havendo observação de ocorrências com expressivas populações com danos às lavouras e plantas cultivadas, deve-se providenciar a comunicação imediata à Secretaria de Agricultura”.
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