O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que a decisão sobre a política de reajuste de combustíveis será da Petrobras e que a pasta não tem modelo sobre o assunto.

“A Fazenda irá dialogar sobre combustíveis, mas é leviano falar sem direção de Petrobras tomar posse”, disse, em entrevista à Globonews.

O número 2 da Fazenda citou que a Petrobras, como é uma empresa de capital aberto, tem um rito a seguir até o indicado para a presidência, o senador Jean Paul Prates, assumir de fato a empresa. “A partir disso, vai se discutir como se pode conduzir a política de preços.”

Hoje, a política de preços segue a cotação internacional e é influenciada pelo câmbio, algo bem-visto pelo mercado. O indicado à Petrobras defendia um fundo de estabilização para evitar a grande flutuação de preços dos combustíveis.

Há planos de curtíssimo prazo e para prazo mais longo

Galípolo, afirmou que há planos de curtíssimo prazo e para prazo mais longo do ponto de vista fiscal. Na questão dos combustíveis, ele disse que o custo anualizado da desoneração federal da gasolina é de cerca de R$ 30 bilhões e do diesel, de R$ 18 bilhões, mas que houve uma avaliação de que, devido à matriz de transporte rodoviário, o custo dos combustíveis afetariam o preço de produtos básicos para a população. O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou uma medida provisória para ampliar a desoneração da gasolina até o fim de fevereiro e do diesel até o fim do ano.

Galípolo afirmou que há uma série de renúncias fiscais que estão sendo analisadas com todo o governo. Há também uma avaliação da qualidade do gasto, como o que ocorreu com a mudança do Auxílio Brasil, que gerou o aumento de famílias mononucleares, já que o benefício era dado por família. Segundo ele, é preciso passar o pente fino nas políticas do ministério para entender como estão funcionando as coisas. “Estudamos como mitigar e reduzir o déficit fiscal previsto para 2023”, disse, em entrevista à Globonews.

Ele ainda afirmou que o plano de voo de curto prazo será apresentado a Lula o quanto antes. No médio prazo, por sua vez, virão as medidas como a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal, as parcerias privadas e outros tipos de investimento, disse Galípolo, chamado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de vice-ministro.

Segundo o secretário-executivo, as sinalizações da Fazenda virão com o tempo, mas o perfil da reforma tributária já é transparente, citando que o economista Bernard Appy, autor de uma das propostas que estão no Congresso, não foi escolhido para a secretaria que vai cuidar da reforma à toa. Além disso, o ministro já sinalizou que é favorável aos textos que estão tramitando no Legislativo. “Há condições de dizer esquema e escalação de jogo, mas só jogo dirá o que será possível”, disse, ponderando que a discussão sobre a reforma tributária já chegou à “maturidade”.