A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta quinta-feira, 10 que a inflação é, indiscutivelmente, o maior e imediato desafio para os bancos centrais, que devem reduzi-la. Em discurso na 23ª Conferência Anual de Pesquisa Jacques Polak, a búlgara disse que vemos as autoridades apertando a política monetária para restaurar a estabilidade de preços. “Embora haja um amplo consenso entre os bancos centrais de que a política monetária deve seguir em frente, os desafios relacionados à gestão do ciclo de aperto monetário permanecem em aberto”, indicou.

Outra dificuldade, ao lado da política monetária, é como formular e calibrar uma política fiscal responsável em um ambiente de pressões persistentes sobre os preços, avalia. “Embora a prioridade deva ser proteger as famílias vulneráveis com medidas direcionadas para aliviar o impacto do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, não se deve fazer isso de forma a alimentar ainda mais a inflação e desviar os esforços da política monetária”, apontou Georgieva.

Arriscar os encargos da dívida pública é outro desafio, aponta. Dados recentes mostram que cerca de 60% dos países de baixa renda e cerca de 25% dos mercados emergentes estão em alto risco de sobreendividamento, indicou. “Nesta conjuntura, todos os ministros das Finanças procuram uma política fiscal afinada para garantir o apoio adequado aos vulneráveis, preservando ao mesmo tempo um quadro fiscal credível e um perfil de dívida sustentável a médio prazo”, afirmou a diretora.

Georgieva apontou ainda o “desafio mais assustador do nosso tempo”, que afirmou ser a necessidade de uma transição verde e o fomento de um planeta resiliente visando as mudanças climáticas.