A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que os juros nos Estados Unidos terão de permanecer mais altos e por um período mais prolongado até que a inflação no país se reduza. Na visão do organismo, o custo de vida dos americanos ainda seguirá acima da meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de 2% ao ano, em 2024.

“Os dados que obtive nesta semana e, na verdade, isso foi confirmado hoje, é que a inflação nos EUA continua teimosamente alta, especialmente o PCE está nos dizendo que o trabalho ainda não acabou”, disse ela, em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira, 26.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA avançou 0,4% em abril ante março. O núcleo do indicador, que exclui os voláteis preços de energia e alimentos, avançou 0,4% antes expectativa de 0,3% de analistas.

“As taxas de juros precisarão ser um pouco mais altas, por mais tempo. Há uma incerteza ainda grande sobre a economia dos EUA e sobre a dinâmica da inflação”, avaliou Georgieva. O FMI espera que o PCE avance 3,8% em 2023 e 2,6% em 2024. Já o seu núcleo deverá subir 4,1% e 2,8%, respectivamente.

“A demanda resiliente e o forte mercado de trabalho são uma espécie de faca de dois gumes. Eles certamente foram um impulso para as famílias americanas, mas também contribuíram para uma inflação mais persistente do que o previsto”, reforçou a diretora-gerente do FMI.

Os comentários de Georgieva foram feitos em coletiva sobre o relatório Artigo IV dos EUA, documento anual em que o FMI avalia a economia de seus países-membros.