27/05/2016 - 18:33
O Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar – GIFC defendeu um maior intercâmbio para troca de conhecimento e tecnologia entre universidades e usinas durante encontro realizado no dia 19 de maio na Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (EA-UFG), em Goiânia.
Pelo segundo ano consecutivo, o GIFC promoveu na UFG seu tradicional encontro, que reúne pesquisadores, representantes de usinas e empresas de tecnologia para irrigação e fertirrigação. O professor de Irrigação e pesquisador de Drenagem José Alves Júnior, da Escola de Agronomia da UFG, destacou na abertura do evento a parceria entre o GIFC e a universidade. “Recebemos apoio do GIFC para o desenvolvimento de pesquisas com irrigação de cana e estamos de portas abertas para ampliar nossa parceira”, afirmou José Alves.
O superintendente do GIFC, Marco Viana, reforçou a importância da parceria com a UFG e destacou os objetivos do grupo de ampliar sua atuação em Goiás. “Criamos o Plano de Difusão e Aplicação de Tecnologia – PDAT em 2016. Temos parcerias com o Grupo Jalles Machado e com a UFG, e queremos ampliar nosso trabalho em Goiás, buscando fomentar a divulgação de tecnologia e inovação em cana, a partir da parceria entre universidades e uma participação mais efetiva das cerca de 40 usinas do estado”, informou Viana.
Para o superintendente do GIFC, é preciso o setor sucroenergético aproveitar o momento de recuperação dos preços para investir em soluções e tecnologias que possam potencializar o aumento da produtividade, como a irrigação e fertirrigação. “O setor precisa investir em um pacote tecnológico de inovação e melhoria da produtividade. E isso passa por utilizar de forma mais efetiva os conhecimentos gerados pelas universidades. O GIFC pretende ser o elo entre esses setores, estimulando e fomentando polos de conhecimento nas regiões produtoras, especialmente em Goiás”, explica Viana.
Manejo de Irrigação, fertirrigação e controle de doenças
Com o tema “Manejo de irrigação, fertirrigação e controle de doenças e canaviais irrigados e fertirrigados”, o encontro reuniu cerca de 50 participantes no Centro de Excelência em Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar no Cerrado, no Campus Samambaia, na UFG.
Osvaldo Arce de Brito, engenheiro agrônomo da Hidroeng, abriu o dia de palestras com informações sobre o “Manejo operacional da fertirrigação com vinhaça”. Osvaldo destacou a oportunidade que as usinas têm de potencializar o uso da vinhaça, resíduo resultante da produção do etanol, para ganhos de produtividade da cana. “O uso da vinhaça na fertirrigação, além gerar economia com adubo, longevidade dos canaviais e promover o destino final correto para a o resíduo, deve ser visto como um investimento na produtividade”, ressalta Osvaldo Arce.
Roberto Giacomini Chapola, pesquisador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar RIDESA UFSCar, que falou sobre o ”Manejo de Ferrugem e Podridão do Abacaxi em canaviais irrigados e fertirrigados”, também apresentou o relevante trabalho desenvolvido pela RIDESA em parceria com sete universidades federais no desenvolvimento de variedades de cana. O pesquisador mostrou como a fertirrigação e irrigação podem favorecer a ocorrência de doenças nos canaviais, como no caso das ferrugens marrom e alaranjada, e contribuir para o controle de doenças, como no casso da podridão abacaxi.
Sucesso com irrigação O encontro ainda contou com duas apresentações de usinas que, em condições e regiões distintas, alcançam altos índices de produtividade dos canaviais com a utilização de irrigação. Fábio Maia, gerente agrícola da Unidade Pedro Afonso da Bunge, instalada em Tocantins, destacou os investimentos na automação de todo o processo de irrigação dos canaviais da unidade e a importância do plano diretor da companhia que já previa, desde a instalação da usina, os projetos de irrigação.
Bruno Teixeira, gerente agrícola da Destilaria Vale Do Paracatu Agroenergia, falou sobre experiência da empresa, instalada em 2010 em Paracatu (MG), com manejo e planejamento de irrigação. A usina tem 53% de sua lavoura de cana irrigada. Na safra 15/16, a unidade processou cerca de um milhão de tonelada e alcançou a produtividade de 92,2 toneladas de cana por hectare (TCH). Nas áreas com irrigação plena esse número foi de 101 TCH. Nas áreas com irrigação de salvação foi de 89,2 TCH e no sequeiro 77 TCH, mostrando como a irrigação contribui para o aumento da produtividade.
“Tivemos algumas dificuldades no início, principalmente com gestão de mão de obra, e também tentando acertar as questões de melhores lâminas por região e variedades de cana. Depois de tudo alinhado, passamos a colher os frutos na melhoria da produtividade. A irrigação é uma ferramenta essencial para alcançar esses resultados”, informa Bruno Teixeira. Fonte: Ascom.