Em encontro com trabalhadoras domésticas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) em defesa do porte de armas e disse que as mulheres e as crianças são, na maioria das vezes, as primeiras vítimas dessa política.

“Onde já se viu perguntar se mulheres preferiam lei Maria da Penha ou pistola? Já imaginaram o que acontece numa casa com arma? Quem é a vítima primeiro?”, questionou. “Na maioria dos casos sobra para as mulheres e as crianças serem as vítimas. Não dá para ter a política do ódio, do armamento, temos que ter a política do amor”.

Ontem, 3, Bolsonaro voltou a defender o porte de armas durante evento com mulheres no Rio Grande do Sul, enfatizando que, no momento do perigo, é o instrumento que pode garantir a segurança.

“Uma vez na minha campanha, andando pelo Brasil, botei umas senhoras, e falei o seguinte: vamos supor que está sozinha, à noite, em estrada, e fura o pneu. E percebe que está chegando gente que pode causar algum problema. Preferia sacar da bolsa a Lei Maria da Penha ou uma pistola?”, perguntou Bolsonaro, em referência à lei que visa proteger a mulher da violência.

O segmento feminino, que corresponde a mais de 50% do eleitorado, tem sido um dos focos da campanha do presidente. Na última pesquisa Datafolha, Lula apareceu com 48% das intenções de voto entre mulheres e Bolsonaro, 29%. A primeira-dama Michelle tem sido aposta para reduzir a rejeição do chefe do Executivo neste público.

Participam do encontro de hoje, além de Lula, a esposa do petista, Janja, o candidato a vice-presidente na chapa petista, Geraldo Alckmin (PSB), o tesoureiro, Márcio Macêdo, o candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o candidato ao Senado, Márcio França (PSB). As esposas de Alckmin, Lu Alckmin, e de Haddad, Ana Estela, também marcam presença.

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