Por Angelo Verotti

A Boa Safra tem muito a comemorar. Líder na produção de sementes de soja no Brasil, a empresa criada pelos irmãos Marino e Camila Colpo, em 2009, celebrou importantes conquistas no ano passado. Além de aquisição de concorrente, de diversificação de portfólio e aumento de capacidade, a companhia goiana viu a receita alcançar aproximadamente R$ 2 bilhões nos 12 meses encerrados em setembro, mesmo diante de ambiente desafiador. “Os resultados deste ano foram conquistados mesmo em um período atípico. Um ano difícil para o cenário agrícola por causa principalmente do clima e das oscilações da soja”, afirmou Marino, CEO. “Mas seguimos inovando para atender a necessidade do cliente e cumprir o plano de crescimento”. Camila preside o Conselho Deliberativo.

Além da receita operacional de R$ 1,92 bilhão, no mesmo período a Boa Safra reportou lucro líquido de R$ 224,7 milhões e de R$ 115,6 milhões no terceiro trimestre.

O executivo atribui os bons resultados a três fatores:
• investimentos na expansão da infraestrutura e na capacidade produtiva da Boa Safra;
• a capilaridade e a capacidade de a empresa se aproximar do produtor rural e entregar uma semente de qualidade;
• e o fato de o insumo da companhia ser a base primordial para se começar a produção.

Desde o IPO, em 2021, a empresa realizou investimentos que somaram r$ 500 milhões, o que permitiu ampliar a capacidade da empresa

(Divulgação)

A Boa Safra ocupa a liderança na produção de sementes de soja no País e apresenta constante crescimento do volume de vendas de big bags. Em 2023, houve aumento de 83 mil big bags, indo para 99 mil big bags já vendidos, ampliando em 19% nossas vendas, em linha com o aumento da capacidade instalada.

“Para a safra 2023/24, a previsão aponta para uma colheita de 162 milhões de toneladas de soja em grãos, com uma área estimada de 45,1 milhões de hectares e uma produtividade média de 3.586 kg/ha.”

A atuação se estendeu à cultura do milho. A Boa Safra acredita que é a segunda agricultura mais representativa do Brasil e uma das que mais crescem, atualmente, no País. “Por isso, em 2022 investimos R$ 35 milhões na aquisição da Bestway e, no ano passado, realizou investimento na casa de R$ 45 milhões”, afirmou o executivo. “Nossos dados financeiros divulgados referentes aos três primeiros trimestres de 2023 mostram que a carteira de pedidos fecha o 3T23 com R$ 506 milhões contra R$ 464 milhões no 3T22, sendo que, desses, R$19 milhões estão voltados a sementes de milho e R$ 487 milhões a sementes de soja, totalizando uma variação positiva de 9%”.

Sorgo, forrageira, trigo e feijão ainda conquistam espaço no portfólio da empresa.

(Divulgação)

“Seguimos inovando para atender os nossos clientes e cumprir o plano de crescimento.”
Marino Colpo, CEO da Boa Safra

Como parte do processo de incremento dos negócios, a empresa investiu na ampliação de sua operação, com a potencial aquisição de 45% do capital social da DaSoja Semente, empresa de Tocantins com foco nos mercados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará.

Outro passo importante foi a inauguração de dois centros de distribuição que reforçaram a presença local e expandiram a atuação da Boa Safra. O primeiro deles foi inaugurado em Balsas, no Maranhão, com 11 mil m² e capacidade de estoque de até 20 mil big bags (de aproximadamente 1 mil kg cada) em posições refrigeradas. Em dezembro, a Boa Safra inaugurou o em Paraíso (TO). Ao todo são 9.375 m² preparados para atender os produtores do Tocantins e região.

Na visão de Colpo, as inaugurações simbolizam o comprometimento da companhia com a excelência das sementes, desde a produção nas unidades de beneficiamento até a entrega aos clientes. “Os novos centros de distribuição nos aproximam ainda mais dos produtores rurais, que desejamos atender com todo o cuidado que merecem”, disse o CEO.

A empresa também ampliou outros centros de distribuição e unidades de beneficiamento. Os investimentos desde o IPO de 2021 chegam a R$ 500 milhões e permitiram ampliar a capacidade da empresa de três para nove plantas e alcançar um crescimento robusto de mais de 30% ao ano. “Meu pai dizia que uma grande empresa era aquela que chegava na Bolsa de Valores. Isso, então, se tornou meu objetivo. Em 2021, a Boa Safra realizou um IPO e se tornou a segunda maior produtora de sementes de soja do Brasil.”

Mesmo com todos os desafios, a empresa mantém planos de expansão e crescimento de acordo com o previsto no IPO. Em janeiro, a companhia anunciou a expansão de portfólio para atender o Sul do País.

Um sinal de que limites estaduais não existem no plano de conquistar as principais regiões do agro brasileiro.