10/06/2014 - 14:48
Independentemente do resultado dentro das quatro linhas nos campos dos 12 estádios-sedes da Copa do Mundo de futebol, que acontece no País a partir deste mês, quem joga a favor do homem do campo já pode começar a comemorar: no agronegócio, o gol deve ser de placa. Empresas do setor– de gigantes do porte da JBS e Camil, a médios empreendimentos como a Forno de Minas – fecharam uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promover seus produtos em uma série de eventos. No total, 700 empresários do País participam do
Projeto Copa do Mundo. De 12 de junho a 13 de julho, não serão somente hotéis, lojas, restaurantes e ambulantes devem faturar com a chegada dos turistas-torcedores. O projeto do agronegócio vai colocar o
grupo de companhias brasileiras frente a frente com representantes 2,3 mil empresas estrangeiras convidadas, em rodadas de negócios que podem gerar exportações superiores a US$ 3 bilhões. “Compradores potenciais de mais de 100 países já confirmaram presença”, diz Jacy Braga, gerente de marketing de relacionamento da Apex. “A expectativa é tão grande em relação aos negócios que resultarem do evento que começamos a achar conservadora a nossa previsão.”
Segundo Braga, o valor projetado repete o que teria sido obtido nos eventos realizados pela Apex durante a Copa das Confederações, em julho de 2013. Na ocasião, 490 empresas nacionais participaram do projeto, que recebeu 900 visitantes estrangeiros. “Proporcionalmente, poderemos até dobrar o valor dos negócios fechados durante a Copa do Mundo”, diz Braga. “Para isso, vamos repetir na Copa do Mundo algumas fórmulas que deram certo.” Antes e depois dos dias de jogos, os empresários internacionais cumprirão uma agenda de negócios organizada pelas próprias empresas e entidades setoriais, que inclui reuniões, palestras e seminá rios. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que atua no setor de aves e suínos está trazendo ao País 13 importadores. Segundo Francisco Turra, presidente da ABPA, a entidade criou uma agenda variada, com degustações de produtos, participações em feiras, visitas a granjas e encontros de relacionamentos. “Criamos até um livro de receitas em inglês, espanhol e mandarim para entregar aos convidados”, diz Turra. “A Copa do Mundo de futebol certamente nos trará muitos negócios.” Além da agenda fora dos campos, os estrangeiros assistirão a um jogo nos camarotes da Apex, que é patrocinadora oficial do evento.
Outra medida adotada durante a Copa das Confederações, e que será repetida no Mundial, é a realização de uma pesquisa com os estrangeiros, antes e depois da visita. A ideia é entender qual é a imagem que os futuros investidores têm do Brasil. “Essas pesquisas ajudam a entender como os investidores internacionais veem o Brasil”, diz Braga. “Assim podemos quebrar algumas concepções pré-existentes.” Na pesquisa da Copa das Confederações, antes dos jogos, 58% dos entrevistados consideravam o Brasil um bom parceiro de negócios. Depois da visita ao País, a aceitação saltou para 84%.
Para a Apex, a Copa do Mundo entra como um evento diferenciado no histórico de parcerias do órgão, que nasceu em 2003 ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Só em 2013 a Apex apoiou quase 1,2 mil eventos pelo mundo, que reuniram 12,8 mil empresas brasileiras que exportaram US$ 46 bilhões. “Daqui para a frente, o foco é melhorar a qualidade dos negócios realizados”, diz Braga. Em 2010, o volume de exportações apoiadas pela Apex foi de US$ 32 bilhões. No ano seguinte, saltou para US$ 39 bilhões, e em 2012 já passava de US$ 41 bilhões. “Se conseguimos esse crescimento da receita em anos comuns, imagina na Copa”, diz Braga.