O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoaram de helicóptero a região de Poconé, atingida por incêndios no Pantanal, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Cuiabá. De acordo com o governador, 73% dos pontos focais onde se percebeu fogo por satélite “foram contidos”.

Segundo ele, no entanto, 5% da área do Pantanal foi afetada e 2% dos santuários ecológicos. Além de Poconé, os incêndios ainda ocorrem na região de Barão de Melgaço. O governador descreve que os focos de fogo são “residuais”, mas “ainda de grande escala em determinadas regiões.”

Mendes prometeu apurar as causas do incêndio e punir eventuais responsáveis em caso de crime ambiental. “A Secretaria estadual do Meio Ambiente tem tecnologias suficientes para identificar minuto a minuto o que acontece no estado de Mato Grosso. Uma região de incêndios dessa nós recuperamos as imagens do Sistema Planet, e nós vamos ter imagens que podem demonstrar quando o fogo começou, aonde ele começou, em que ponto começou.”

O sistema é uma plataforma de monitoramento em tempo real com boletins semanais, com base em imagens de satélite, contratada há um ano pelo governo do estado. “Com essa tecnologia nós teremos capacidade de saber se é um incêndio criminoso, acidental, feito por alguém, alheio ao proprietário rural”, disse Mendes.

Apesar do recurso, ele disse que “não há prevenção que vá conseguir atuar em 10 milhões de hectares. Estamos só falando de um pedaço do Pantanal. É impossível conseguir em um território tão vasto e um clima tão seco, com uma estiagem tão longa, não ter essas coisas [os incêndios] acontecendo.”

O ministro Ricardo Salles disse ter visto no sobrevoo da área “centenas de pontos” em combustão. Ele considera o enfrentamento dos incêndios “um desafio”, porque o ambiente está “muito quente e seco, com ventos fortíssimos e temperatura alta.”

Salles defendeu o manejo da biomassa que pode alimentar os incêndios e o uso de “retardantes de fogo”, compostos químicos, misturados à água lançada por aeronaves das Forças Armadas, Ibama, ICMBio e de aviões particulares usados nas lavouras. “Quando há emprego desses retardantes de fogo, a eficácia das aeronaves no combate às queimadas é muito superior do que somente o uso da água”, disse.

Ministério da Defesa

Conforme nota do Ministério da Defesa, as Forças Armadas combatem o incêndio desde 5 de agosto no Pantanal mato-grossense. No Mato Grosso do Sul, as ações começaram em 25 de julho. Mais de 400 pessoas, entre militares, brigadistas e civis atuam nos dois estados.

Ontem (17), as equipes atuaram em áreas de focos de incêndio no município de Poconé: Estrada do Manuelito, Corixão e Moquem. Uma onça-pintada fêmea, com cerca de 70 quilos, foi resgatada com ferimentos causados pelos incêndios. O animal socorrido está no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Governo de Mato Grosso vai apurar causas dos incêndios no Pantanal