16/06/2016 - 18:42
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa) Neri Geller, disse na tarde de hoje, durante o seminário anual promovido pela BM&FBovespa, em São Paulo, que o Plano Safra 2016/2017, em vigor a partir do dia 1º de julho, poderá sofrer alterações. Apresentado em maio, poucos dias antes do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff, os acertos de rota agora anunciados já vinham sendo sinalizados pela equipe do Ministro da Agricultura Blairo Maggi, desde que assumiu o cargo.
Geller afirmou para uma plateia de cerca de 600 pessoas, presentes ao evento Perspectivas para o Agribusiness 2016 e 2017, que a intenção do Mapa é realocar recursos do orçamento destinado à pasta, prevista para a safra em R$ 202,8 bilhões. Os recursos serão realocados para os programas Moderfrota, Inovagro e o PCA, destinado à modernização e ampliação de armazéns. “Vamos remanejas as verbas para destravar o setor”, disse Geller. “Sabemos da necessidade e da urgência dessa tomada de decisão.”
No caso do Moderfrota, uma linha de financiamento para a compra de máquinas agrícolas, o recurso passsa de R$ 5,05 bilhões para R$ 7,5 bilhões. O montante que havia sido destinado pela equipe anterior do Mapa era quase a metade do que foi orçado para o Plano Agrícola 2015/2016. Para o Inovagro, destinado às novas tecnologias no campo, serão R$ 3 bilhões ante R$ 1,2 bilhão que estava previsto anteriormente. O mesmo valor de R$ 3 bilhões também deve ser alocado para o PCA, ante R$ 2,4 previstos.
O seguro rura também deve entrar na mira do governo. O orçamento para o setor caiu de R$ 700 milhões para R$ 300 milhões nesta safra. “Estamos conversando com a equipe econômica porque o agronegócio não pode ser visto como custo e sim investimento”, disse Geller. O secretário, no entanto, não informou quais setores perderão recursos para que as alterações anunciadas sejam de fato efetivadas.