05/11/2020 - 15:05
O governo tem a expectativa de restabelecer o fornecimento de energia em 70% do Amapá ao longo desta quinta-feira, 5. Mas a retomada das condições normais de atendimento em todo o Estado deverá levar mais tempo, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Um incêndio na subestação Macapá ocorrido na noite de nesta terça-feira, 3, levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 megawatts de carga elétrica. Ao todo, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram sem energia.
O restabelecimento da carga teve início na quarta, 4, às 6h09, com a recomposição parcial da usina de Coaracy Nunes. O incêndio destruiu dois dos três transformadores da subestação, mas um deles poderá ser reparado nesta quinta.
“Temos perspectiva de reparo de um dos transformadores ainda no dia de hoje. Se for bem sucedido, isso restabelecerá de 60% a 70% da carga do Amapá”, disse o ministro, que está no Estado para monitorar as ações.
“Em até 30 dias vamos restabelecer as condições normais de fornecimento no Amapá. A prioridade é restabelecer o fornecimento para a população. Estamos trabalhando para que isso ocorra na maior brevidade possível. Ainda no dia de hoje, e se não for, amanhã ou depois de amanhã”, acrescentou.
Para minimizar os impactos da falta de energia, o governo planeja outras ações emergenciais. Geradores de energia do Amazonas serão enviados ao Amapá para atender os serviços essenciais e as localidades consideradas prioritárias pelo governo estadual.
Em paralelo, o governo quer trazer dois transformadores para substituir os equipamentos danificados, Um virá da subestação de Laranjal do Jari, no Amapá, por meio de balsas, em até 15 dias; outro será trazido de Boa Vista (RR), mas terá de ser transportado até Manaus (AM) e, depois, para Macapá, o que levará até 30 dias.
O secretário de Energia Elétrica do MME, Rodrigo Limp, disse que o governo trabalha para antecipar esses prazos. “Com a entrada do segundo transformador em até 15 dias, o atendimento será de 100% da carga”, acrescentou.
Ele não descartou, no entanto, que, em alguns momentos, durante os primeiros 15 dias, a energia tenha que ser racionada. “Naturalmente, temos que trabalhar com o governo do Estado e com a companhia de energia para priorizar, primeiramente, aqueles serviços essenciais, naturalmente visando atender o máximo de pessoas possível. Em alguns momentos é possível que seja atendida toda a população, e, em outros, dependerá do consumo momentâneo dos consumidores do Amapá.”
Na manhã desta quinta, a Casa Civil realizou uma reunião emergencial com diversos ministérios para adoção de medidas para mitigar as consequências do apagão. De acordo com Albuquerque, a ideia é coordenar medidas logísticas e unir esforços para restabelecer o atendimento.