Terminou sem conclusões a reunião do Ministério de Portos e Aeroportos com a classe política do Rio de Janeiro sobre o futuro dos aeroportos do Galeão e Santos Dumont. Após o encontro, que ocorreu na sede da pasta em Brasília, o ministro Márcio França afirmou que em 15 dias o governo deverá apresentar uma proposta para o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), e para o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), sobre o que pode ser feito em relação ao Santos Dumont.

França também voltou a falar da possibilidade de a Infraero assumir momentaneamente a operação do Galeão, caso a concessionária atual, controlada pela Changi, saia de fato da administração. Segundo o ministro, haverá uma reunião com a empresa nesta semana para a pasta entender se a Changi quer ou não continuar com o processo de devolução do ativo. Para se manter na gestão do Galeão, a empresa precisaria conseguir algum tipo de alívio no contrato, que sofre financeiramente.

Castro e Paes pedem a restrição das atividades no Santos Dumont, na esperança de que essa limitação transfira voos para o Galeão, que sofreu uma queda drástica no número de passageiros nos últimos anos. O governador do Rio pontuou, contudo, que a equipe técnica da pasta não concorda em restringir os voos do Santos Dumont a Brasília e São Paulo, por Congonhas.

Com base nessas avaliações, o ministério vai estudar nos próximos dias o que é possível fazer sobre essa definição de destino de voos. “Já há consenso para fazer algumas reduções no Santos Dumont. A proposta (deles) não é em números, é em destino. Vamos ver o que é possível fazer”, disse França à imprensa após a reunião.

“Tem um formato (para isso ser feito), e a própria prefeitura e governo concordaram que tem de ser feito de maneira gradual. Para nós não há problema em fazer a redução, nosso problema é que o Galeão volte a ter passageiros”, afirmou França, sem antecipar que tipo de limitação pode ser aplicada. “Se tem de fazer como a regulação, vamos regular para ficar num limite aceitável. Mas a proposta do governo (do Estado) não tem a ver com número, é de destino final. Vamos estudar e fazer a nossa proposta”, completou França.

Outra possibilidade colocada na mesa é de possibilitar que as empresas que operam no Santos Dumont tenham acesso a uma espécie de ‘waiver’ de seus slots (direto de pouso e decolagem no aeroporto). A ideia é que elas não percam suas vagas no aeroporto – caso não usem em determinado período de tempo – se decidirem ofertar mais voos no Galeão.