15/09/2021 - 22:00
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a elogiar as manifestações de 7 de Setembro e disse que as acusações de que “‘o governo está ameaçando a democracia’ é script de quem perdeu eleição”. Em entrevista à Jovem Pan, o ministro reconheceu que defensores do liberalismo, corrente apregoada pelo governo na economia, “se desiludiram porque a resultante está frágil”, mas disse fazer sua parte para tentar impulsionar o crescimento.
“Todo dia governo é questionado por supostos defensores da democracia. (Dizer que) ‘o governo está ameaçando democracia’ é script de quem perdeu eleição”, afirmou Guedes.
Ele citou ainda que “milhões de pessoas nas ruas vestidas de verde amarelo fizeram manifestação pacífica”, em referência aos atos de 7 de Setembro, mas admitiu que o presidente Jair Bolsonaro, ao atacar membros de outros poderes (sobretudo Judiciário), pode ter cometido excessos. Dois dias depois às manifestações, Bolsonaro divulgou uma “declaração à nação” em tom pacificador.
“O presidente no fundo disse ‘eu me excedo’, e quem não se excede? Não aconteceram também algumas prisões, liberdade de opinião?”, questionou Guedes. Em seguida, ele disse que “lutas” entre um presidente ativista e Suprema Corte conservadora já aconteceram nos Estados Unidos.
O ministro afirmou também que esperava que pandemia “trouxesse espírito de que interesses da população estão acima” e avisou que não vai “derrubar a economia para fazer política”.
Em relação à orientação liberal do governo, Guedes afirmou que defensores dessa corrente se desiludiram porque “a resultante está frágil”. “Quando você tem dois vetores, conservador nos costumes e liberais na economia, tem uma resultante. Talvez subestimamos a dificuldade de fazer mudanças no Brasil, é desafio de governabilidade constante”, disse o ministro. “Alguns (liberais) se desanimaram, outros foram ‘abatidos’, eu continuo fazendo minha parte”, acrescentou.
Guedes ainda lembrou que, no início do governo, ouvia muito que o ex-presidente Michel Temer queria fazer reformas e foi aconselhado a investir na proposta do emedebista para a reforma da Previdência – o governo atual decidiu enviar um texto mais ambicioso. “Se Temer queria fazer reforma, por que não fez?”, disparou Guedes. Temer foi, recentemente, o articulador do gesto de pacificação de Bolsonaro em direção ao STF.