Diante da fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez nesta sexta-feira, 31, uma espécie de desabafo. Disse que, da parte dele, tem se esforçado para aproximar o BC do governo.

A fala do ministro foi em resposta ao banqueiro central que na quinta-feira, 30, no mesmo momento em que a Fazenda apresentava o arcabouço fiscal, disse que ainda tinha algumas dúvidas quanto o programa: que não sabia se o conteúdo da proposta que estava sendo apresentada naquele momento, por Haddad, era o mesmo que o ministro o havia apresentado.

“Da minha parte, estou procurando fazer o melhor papel possível para aproximar o BC do governo para que ele se comporte como uma agência do Estado brasileiro, apartidária, que não se envolve em política, mas que ajude a construir um cenário econômico melhor para os investidores”, disse.

Haddad disse que o papel dele, portanto, é prestar as informações, tomar as medidas que lhe pareçam as mais adequadas do ponto de vista do governo para endereçar aquilo que interessa à população brasileira, salvaguardar as despesas sociais, os investimentos sociais, voltar a produzir casas e pagar uma merenda mais adequada para os estudantes.

“Tudo isso está no nosso programa antes da eleição. Nós vamos buscar o financiamento desses programas sociais e a autoridade monetária vai responder a isso”, disse Haddad, ressaltando que o arcabouço foi apresentado ao presidente do BC, que reagiu com pouquíssimas ressalvas, próximo ao que os dois conversaram.

“Portanto, penso que quando o texto for entregue ao Congresso Nacional esse tipo de ruído vai desaparecer do cenário nacional”, concluiu Haddad.