A redução no custo das carnes ao consumidor em fevereiro já pode ser efeito da suspensão temporária de exportações do produto do Brasil para a China, por conta de registro de um caso de mal da vaca louca em um bovino no Pará. A afirmação é de Pedro Kislanov, gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao comentar os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,59% em janeiro para uma elevação de 0,16% em fevereiro, dentro do IPCA, divulgado pelo instituto. O grupo contribuiu com 0,04 ponto porcentual para a taxa de 0,84% do IPCA do último mês.

O freio foi influenciado pela desaceleração no custo da alimentação no domicílio (de 0,60% em janeiro para 0,04% em fevereiro). Os preços das carnes recuaram 1,22%. Também houve reduções na batata-inglesa (-11,57%) e no tomate (-9,81%).

“Pode ser o efeito da suspensão de exportações de carnes do Brasil para a China por conta do mal da vaca louca”, disse Kislanov. “Tem maior oferta de carnes no mês, não só de carne bovina, mas também frango. Mas a gente já vinha com uma oferta maior nesse mercado”, completou.

Quanto aos alimentos in natura, o pesquisador do IBGE cita aumento de oferta em decorrência de clima favorável na colheita, como o caso do tomate.

Por outro lado, o leite longa vida subiu 4,62%, após seis meses consecutivos de quedas.

“Não entramos ainda no período de entressafra do leite. A alta do leite foi um pouco atípica nesse mês de fevereiro”, comentou Kislanov.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,50% em fevereiro. A refeição fora de casa aumentou 0,38%, e o lanche subiu 0,57%.