A produção brasileira de café em 2025 foi estimada nesta quinta-feira, 15, em 55 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 2,3% em relação à previsão do mês anterior, com uma revisão na safra de grãos da espécie arábica, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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No comparativo com 2024, a estimativa de safra do maior produtor e exportador global da commodity indicou declínio de 3,6%, em decorrência das reduções de 1,3% na área a ser colhida e de 2,3% no rendimento médio, segundo o relatório do IBGE, divulgado em momento em que a colheita está em estágio inicial.

A safra de café arábica, que responde pela maior parte do volume produzido no Brasil, está agora estimada em 37,0 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 3,5% em relação ao mês anterior.

Contudo, a colheita de arábica terá uma queda de 7,5% em relação ao volume produzido em 2024, após o tempo seco reduzir o potencial produtivo em muitas áreas. Além disso, há a questão bienal desse cultivo.

“Para a safra de 2025, aguarda-se uma bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie, em que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte, em decorrência de um maior exaurimento das plantas”, explicou o IBGE.

Consultorias privadas têm revisado recentemente para cima os números do café arábica, citando um impacto menos intenso do clima.

Já a previsão para a safra de café canéfora (robusta e conilon) foi mantida em 18,0 milhões de sacas de 60 kg, estável ante a previsão de abril, mas um acréscimo de 5,5% em relação ao volume produzido em 2024, com aumentos de 1,5% na área a ser colhida e de 3,9% no rendimento médio.

“Como os preços do conilon encontram-se apresentando boa rentabilidade, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, o que resultou na melhoria da produtividade”, disse o IBGE.

“Há de se ressaltar também que os volumes de chuvas nos principais municípios produtores foram satisfatórios de um modo geral, apesar da demora delas em alguns deles.”