O ano de 2022 marcou a consolidação da recuperação do mercado de trabalho no País no pós-pandemia, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O ano de 2022 foi um ano de consolidação do processo de recuperação iniciado em 2021. Enquanto em 2021 a gente tinha participação muito alta do trabalho informal no processo de recuperação, em 2022, houve consolidação da importância do informal, mas sinalizou recuperação da carteira assinada, contribuindo para a redução da taxa de informalidade no País”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Em 2022, a taxa média anual de desocupação foi de 9,3%, a mais baixa desde 2015, quando ficou em 8,6%. Em 2021, a taxa de desemprego média era de 13,2%.Já a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 20,8%, menor patamar desde 2015, quando estava em 17,4%.

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A população desocupada média no ano totalizou 10,015 milhões de pessoas em 2022, 3,873 milhões a menos que em 2021, um recuo de 27,9%.

“No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da Pnad Contínua”, ponderou o IBGE.

A população ocupada atingiu um recorde de 98,046 milhões de pessoas na média de 2022, 7,4% acima do resultado de 2021, 6,749 milhões de vagas a mais. O nível da ocupação médio – que mostra a proporção de ocupados na população em idade de trabalhar – aumentou de 53,2% em 2021 para 56,6% em 2022.

Além da população ocupada recorde, o mercado de trabalho também registrou as maiores médias da série histórica para o trabalho sem carteira assinada no setor privado e para o número de pessoas trabalhando por conta própria.

A média anual de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 14,9%, passando de 11,2 milhões em 2021 para 12,9 milhões de pessoas em 2022. O número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,5 milhões em 2022, alta de 2,6% ante 2021.

Já o número médio anual de empregados com carteira de trabalho aumentou em 9,2%, somando 35,9 milhões de pessoas.

“Em 2022, houve manutenção da importância do trabalho informal, mas também um processo de recuperação do emprego com carteira no País. Isso faz com que, associado a um panorama um pouco mais favorável do cenário de inflação, a gente tenha verificado dados que trazem melhoria do rendimento médio do trabalhador em termos reais, assim como redução da taxa de informalidade, e diversas atividades ultrapassando seus níveis de ocupação pré-pandemia. Então foi um ano bastante positivo para o mercado de trabalho”, afirmou Beringuy.

A taxa média anual de informalidade passou de 40,1% em 2021 para 39,6% em 2022. O valor médio anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.715, 1,0% menor que o estimado para 2021, R$ 28 a menos. O valor médio anual da massa de rendimento real habitual chegou a R$ 261,3 bilhões, o maior da série anual, com alta de 6,9% ante 2021, mais R$ 16,9 bilhões.