Levantamento inédito feito pelo IBOPE Conecta e encomendado pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) revela que o público não relaciona a produção de alimentos com a aplicação de conhecimento científico no agronegócio.

Segundo dados da pesquisa, embora 84% dos entrevistados avaliem que a ciência contribui para a cura de doenças e 51% entendem sua importância para o desenvolvimento de novos medicamentos, apenas 23% das pessoas acreditam que o conhecimento científico auxilia na produção de alimentos.

Esse dado contrasta com o relevante papel do Brasil como provedor de alimentos, fibras e combustíveis. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050 teremos 9 bilhões de pessoas no mundo e a biotecnologia agrícola tem se mostrado importantíssima para elevar a produtividade necessária de maneira sustentável, ou seja, sem que haja aumento considerável de terras agrícolas.

Apesar disso, as sementes transgênicas, cuja adoção no Brasil cresce sistematicamente em virtude de seus benefícios agronômicos, já são compreendidas, em parte, pela população. O IBOPE Conecta apurou que 80% das pessoas responderam corretamente ao serem questionadas sobre o que é um transgênico.

Entretanto, a relação desses produtos com a ciência não é tão clara uma vez que, embora os estudos atestem a biossegurança dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM), ainda existe uma parcela significativa da população que acredita que eles são pouco testados (44%), fazem mal (33%) e causam reações alérgicas (29%).

A pesquisa mostra também que muitas pessoas desconhecem fundamentos biológicos básicos: 73% dos entrevistados se mostraram preocupados com o consumo de molécula de DNA, o que é um equívoco, já que todos os seres vivos (vegetais ou animais) possuem código genético, independentemente da transgenia. 

A pesquisa foi realizada pela plataforma Conecta do IBOPE Inteligência e teve como amostragem 2011 homens e mulheres a partir de 18 anos, das classes A, B e C, de todas as regiões do país, que não trabalham com biotecnologia ou em áreas correlatas. Fonte: Ascom