Os preços das commodities ainda estão sujeitos a altos níveis de incertezas, em meio ao processo de recuperação da crise provocada pelo coronavírus. A análise é do Instituto Internacional de Finanças (IIF) e consta em relatório sobre o mercado de recursos primários divulgado nesta segunda-feira, 14.

Para 2021, a instituição caracteriza os riscos no setor como “equilibrados”. “Do lado positivo, a contenção mais rápida da pandemia poderia apoiar preços mais altos, levando a uma recuperação mais forte da demanda. No lado negativo, a persistência da pandemia poderia criar um obstáculo duradouro ao crescimento econômico global”, explica.

Sobre o petróleo, o IFF projeta que o barril de Brent rondará uma média de US$ 42 este ano e US$ 46 no próximo. No entanto, para o Instituto, as previsões são imponderáveis, já que a retomada estará sensível à evolução da covid-19. “Projetamos queda de 10% na demanda global por petróleo este ano, seguido por um crescimento de 6% em 2021”, estima.

O órgão estima ainda que os preços de metais básicos cairão 2% em 2020 e subirão 4% em 2021, com uma “recuperação modesta” na América Latina. Nos últimos meses, a produção de cobre e zinco voltou a avançar, embora esteja sendo limitada por falta de investimentos em novas minas. “Isso, combinado com uma aceleração gradual na demanda global, pode levar a menores estoques e levemente preços mais altos de zinco e cobre”, destaca.

De acordo com o IFF, os gastos de capitais com metais diminuíram, o que pressionou a oferta. O relatório cita a queda na produção de minério de ferro no Brasil, de cobre no Chile e de zinco no Alasca. “Entretanto, a produção de mineração na maior parte das Américas já estava estagnada antes da crise. Como resultado, o índice de preços de commodities de metais recuperou a maior parte das perdas de 2020”, revela.