As câmeras de segurança do Palácio do Planalto captaram todos os passos do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias no dia da invasão por golpistas em 8 de janeiro. Trechos das imagens analisadas pelo Estadão mostram o general da reserva surpreso ao se deparar com extremistas no terceiro andar do Planalto e atônito ao ver os estragos na portaria principal do prédio.

G. Dias, como é conhecido, pediu demissão na semana passada após serem divulgadas as primeiras imagens suas andando pelos corredores do palácio e indicando a saída para golpistas. Um dos primeiros registros do general nos vídeos do Planalto foi às 16h19. O militar aparece no elevador privativo de ministros. A porta se abre no terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial. Do lado de fora, no corredor, golpistas andavam tranquilamente. G. Dias parece se surpreender ao avistar os extremistas e recua. Não sai do elevador e aperta o botão para descer.

Um minuto depois, às 16h20, a imagem do militar é captada por outra câmera, já no piso térreo do Planalto. G. Dias sai pela porta principal do palácio e se depara com o local depredado.

O então chefe do GSI deixa o prédio, caminha sozinho por cerca de dois minutos e volta para o Planalto. G. Dias reaparece às 16h29 no terceiro andar do edifício. Dois minutos depois, o militar e outros integrantes do GSI indicam a saída para golpistas vestidos de verde e amarelo.

Furto

Novas imagens internas do Planalto mostram bolsonaristas furtando estátuas do prédio, depredando câmeras de segurança e fazendo gestos obscenos para as câmeras. As gravações foram liberadas no sábado, 22, pelo GSI e analisadas pelo Estadão.

Os extremistas iniciam a invasão por volta das 15h. Eles tomam conta de todo o prédio e chegam até o quarto e último andar. Neste piso, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furtam um busto. Nas imagens é possível ver que dois homens carregam a estátua para uma saída. O mesmo grupo é visto em seguida arrombando portas, quebrando câmeras de segurança e dando dedo para o vídeo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.