São Paulo e Brasília, 8 – O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve as suas previsões de área, produtividade e produção de soja na safra 2023/24 de Mato Grosso. “Os preços futuros praticados no Estado têm permanecido próximo do ponto de equilíbrio para a temporada, o que tem resultado em atrasos na venda da soja em grão e na aquisição de insumos para a safra (ritmo esse o menor dos últimos cinco anos)”, disse o Imea.

A perspectiva de área plantada ficou estável em 12,22 milhões de hectares, embora represente aumento de 0,82% ante o ciclo anterior. “Essa expectativa de avanço está menor do que foi observado nos últimos anos, reflexo da desvalorização do grão e dos seus subprodutos neste ano, o que está desmotivando maiores investimentos no aumento da área no Estado até o momento”, afirmou o instituto.

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Em relação ao rendimento da soja, com menos de 45 dias para o início da semeadura em Mato Grosso, os olhares dos produtores estão voltados, principalmente, para o clima nos próximos meses. Segundo os dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), em setembro as chuvas em Mato Grosso poderão ficar dentro da média histórica, no entanto, o cenário tende a piorar em outubro, com o Estado apresentando precipitações abaixo da média. Diante das incertezas quanto à safra, o Imea manteve a projeção da produtividade em 59,70 sacas/hectare, indicando um recuo inicial de 4,17% em relação ao rendimento da safra 2022/23.

Com a manutenção da área e da produtividade, a produção da safra 2023/24 foi projetada pelo instituto em 43,78 milhões de toneladas, queda de 3,39% ante a safra passada.

Do lado da demanda, a exportação de soja deve somar 27,32 milhões de toneladas, mesmo volume do levantamento anterior mas um aumento de 0,76% em relação à safra passada. No que tange ao consumo interestadual, com a expectativa do El Niño para o próximo ano, que tende a influenciar positivamente as lavouras do Sul do Brasil, a projeção permaneceu estimada em 4,24 milhões de toneladas, recuo de 11,85% em relação à safra passada. Já a perspectiva de consumo da oleaginosa em Mato Grosso ficou inalterada em 12,43 milhões de toneladas, 3,79% abaixo do ciclo anterior.