O índice de inadimplência do produtor rural do Brasil subiu para 8,1% no segundo trimestre, alta de 0,3 ponto percentual em relação ao período de janeiro a março e avanço de 1,1 ponto percentual na comparação anual, em meio a problemas de fluxo de caixa e endividamento de parte do setor, informou a Serasa Experian nesta quarta-feira, 12.

“Os indicadores apontam uma piora lenta, porém contínua, na capacidade da população rural de manter-se adimplente”, disse o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.

“O agronegócio enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos três a quatro anos, exigindo atenção e reestruturação”, acrescentou Pimenta, em nota.

A quebra de safra de grãos no ano passado ajudou a impulsionar a inadimplência. Mas o Brasil teve em 2025 uma colheita recorde de soja e milho.

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O indicador da Serasa considera dívidas vencidas há mais de 180 dias e que foram contraídas junto a bancos e empresas que se relacionam às principais atividades do agronegócio.

Segundo o levantamento, a maior parte da inadimplência é com o setor financeiro.

O Banco do Brasil, principal credor do agronegócio, afirmou anteriormente que a inadimplência estava resiliente ao comentar os resultados do segundo trimestre. O banco divulga resultados do terceiro trimestre nesta quarta-feira.

Na avaliação por porte de produtor, a datatech mostrou que aqueles que atuam “Sem Registro de Cadastro Rural” – ou seja, arrendatários ou participantes de grupos econômicos/familiares – representam a maior fatia de inadimplentes, com 10,5%.

Em sequência estão os grandes proprietários, que significam 9,2% do total.

“Produtores que precisam arrendar terras, por exemplo, costumam lidar com margens mais apertadas pelo custo extra. E, sobre os grandes produtores, o maior apetite ao risco pode gerar desequilíbrio”, explicou Pimenta.