PAULO ZAKIA: ele produziu os primeiros chapéus em 1981 e continua desde então

O estúdio Paramount, um dos mais importantes de Hollywood, trará ao cinema a quarta aventura do herói Indiana Jones. O enredo é velho conhecido: o pacato professor de arqueologia Henry Jones, que adotou o nome “Indiana” de seu cachorro, roda o mundo em busca de relíquias históricas, vivendo saborosas aventuras. A estréia está prevista para maio de 2008 e o personagem, que foi ícone na década de 1980, voltará com o mesmo estilo: revólver, chicote e o famoso chapéu que, para quem não sabe, é de fabricação brasileira. Ou seja, o estilo “Indiana Jones” é made in Brazil.

Quem conta a história é o titular dos Chapéus Cury, Paulo Zakia, do município de Campinas (SP). “O ano era 1981 e recebi um telefonema de um produtor de cinema norte-americano, que é meu amigo”, diz. Após a conversa, ficou combinado que Zakia fabricaria um chapéu para um filme. O modelo a ser criado foi enviado ao Brasil e o produto fabricado. “Esqueci da história e de repente, vejo o chapéu no cinema, fazendo sucesso”, relembra.

O personagem, vivido por Harrison Ford, marcou época e o chapéu, criado para o filme, ficou colado à idéia de aventura. “Somos fabricantes exclusivos desse modelo em todo o mundo”, revela o empresário sobre o seu campeão de vendas. Mas ele ressalta que a fabricação é uma parceria. “Fabricamos o chapéu aqui no Brasil, exportamos semi-acabado e a finalização é feita nos Estados Unidos”, diz.

É interessante notar que o empresário nunca se preocupou em fazer propaganda do assunto.

Para o próximo filme ele diz que os produtores solicitaram uma quantidade razoável de chapéus. Ele não diz quantos, mas alerta que são muitos, talvez centenas.

Anualmente os Chapéus Cury fabricam mais de um milhão de unidades e o faturamento da empresa bate na casa dos R$ 20 milhões.

SEM CHAPÉU, JAMAIS: Harrison Ford, na pele de Indiana Jones, que nunca deixa o chapéu, de fabricação brasileira, para trás

Ao todo, a empresa trabalha com mais de 70 modelos. No Norte, Nordeste e Sul há os modelos chamados “regionais” e as encomendas acontecem durante todo o ano. No Centro- Oeste, por causa da influência gaúcha, os pedidos também têm aumentado. E, no Sudeste, a moda imposta por outros astros do mundo pop, como o ator Johnny Deep e a cantora Britney Speers, colaboram com o uso do acessório entre o público jovem. “Em boa parte do País, o chapéu faz parte da vida do brasileiro, além de ser uma questão de saúde por causa do sol”, diz.