São Paulo, 03/08 – O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu pelo terceiro mês consecutivo em julho, alcançando média de 179,1 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015.

O resultado representa alta de 3,9 pontos (2,3%) ante junho e de 16,6 pontos (10,2%) na comparação com julho de 2016. Uma combinação de oferta mais apertada e movimentos cambiais deu suporte aos preços de cereais, açúcar e lácteos, disse a FAO. Os preços de carnes permaneceram estáveis na comparação mensal, enquanto o Índice de Óleos Vegetais recuou.

Os preços de cereais subiram quase 8 pontos (5,1%) ante junho e 14,1 pontos (9,5%) em relação a julho de 2016, para 162,2 pontos. O índice de cereais subiu de forma consistente nos últimos três meses, refletindo principalmente os preços mais altos de trigo, disse a FAO. No norte das Grandes Planícies dos EUA, o clima quente e seco vem castigando as lavouras de trigo de primavera e já resultou em perdas significativas.

O índice de óleos vegetais atingiu 160,4 pontos em julho, o que representa queda de 1,8 ponto (1,1%) ante junho e o menor nível desde agosto de 2016. O desempenho refletiu a queda dos preços de óleo de palma, em meio à perspectiva de produção robusta no Sudeste Asiático e à fraca demanda global. Já os preços mundiais de óleo de soja subiram, impulsionados por preocupações com o clima nos EUA.

Os preços de lácteos avançaram 7,6 pontos (3,6%) ante junho e 74,3 pontos (52,2%) na comparação anual, para 216,6 pontos. Apesar do aumento significativo, o índice ainda está 21% abaixo do pico registrado em fevereiro de 2014.

Os preços internacionais de manteiga, queijo e leite em pó integral aumentaram, mas os de leite desnatado recuaram, segundo a FAO. A oferta mais apertada de manteiga para exportação levou os preços do produto a novas máximas em julho.

O índice de preços de carnes ficou praticamente inalterado na comparação com junho, em 175,1 pontos. Ante julho de 2016, houve aumento de 8,2%. De acordo com a FAO, um avanço dos preços internacionais de carne de ovinos foi compensado por preços mais baixos de carnes bovina, suína e de frango. A queda dos preços de carne bovina foi motivada pela menor demanda externa dos EUA, onde a oferta doméstica é ampla.

Já os preços de açúcar subiram 10,2 pontos (5,2%) ante junho, para 207,5 pontos. Esta foi a primeira alta mensal desde o começo do ano, observou a FAO. O indicador ainda está 26% abaixo do nível registrado um ano antes. Segundo a organização, o enfraquecimento do dólar ante o real foi o principal responsável pelo aumento dos preços do açúcar em julho.