18/05/2020 - 14:44
Em meio a um cenário de preços nominais recordes da soja no País, representantes de indústrias que compram o grão estão preocupadas com a margem de lucros nos próximos meses. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP), há muitas incertezas quanto ao abastecimento da matéria-prima no segundo semestre.
Os preços da soja seguem renovando as máximas nominais em algumas regiões, informou o Cepea, especialmente nos portos.
+ Safra de soja será recorde em 2020, com alta de 6,7% ante 2019, diz IBGE
+ Preços da soja em abril são os maiores em 19 meses
Apesar disso, nem todas as praças do interior do País tinham absorvido essa valorização do grão nos portos, principalmente quando se considera o valor pago ao produtor (mercado de balcão).
Segundo o centro, produtores do Sul do Brasil e da região paulista de Sorocabana (oeste do Estado) já negociam a soja na casa dos R$ 100 por saca de 60 kg.
A sustentação vem da boa demanda, especialmente para exportação, e da menor oferta.
Quanto ao Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR), entre 8 e 15 de maio, registrou alta de 3,9%, fechando a R$ 115,83 por saca de 60 kg na sexta-feira (15).
Por sua vez, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,9% no mesmo período, a R$ 107,50 por saca de 60 kg, no mesmo dia.
De acordo com pesquisas do Cepea, indústrias indicam que estão conseguindo repassar a alta dos preços do grão aos derivados, contribuindo para que a margem de esmagamento não ceda expressivamente.