A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,28% em agosto para uma alta de 0,40% em setembro. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de um recuo de 2,55% em agosto para uma redução de 1,21% em setembro.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 8,76% em agosto para 8,50% em setembro. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de 1,47% em agosto para -1,65% em setembro.

Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, a satisfação de uma demanda reprimida por serviços, em função do período de isolamento social na pandemia, tem contribuído para os aumentos de preços nos últimos meses.

Em setembro, houve elevação em passagem aérea, mas também aceleração no ritmo de alta de preços em serviços ligados a estética e serviços ligados ao turismo, apontou Kislanov.

“Tem indicadores econômicos que apontam para retomada da demanda”, lembrou Kislanov, acrescentando que o setor de serviços registra altas consecutivas, enquanto produção industrial e vendas no comércio recuaram. “Havia demanda reprimida por causa do período de pandemia, que foi sendo retomada”, disse.

No mês de setembro, os itens de maior pressão no IPCA foram passagem aérea (0,05 ponto porcentual), emplacamento e licença (0,04 ponto porcentual), plano de saúde (0,04 ponto porcentual), frutas (0,03 ponto porcentual) e energia elétrica (0,03 ponto porcentual).

Na direção oposta, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram gasolina (-0,42 ponto porcentual), leite longa vida (-0,15 ponto porcentual), etanol (-0,09 ponto porcentual), acesso à internet (-0,05 ponto porcentual) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,04 ponto porcentual).