14/02/2022 - 14:20
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que a inflação deve seguir elevada na zona do euro por mais tempo do que o anteriormente previsto, mas perderá força ainda em 2022. Ela discursou durante plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Lagarde disse que a pandemia deve continuar a ter um “peso negativo” sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no início deste ano, mas comentou que a onda atual da covid-19, impulsionada pela variante Ômicron, parece ter um peso econômico menor do que as anteriores.
Além disso, ela dedicou espaço para tratar da inflação, notando que há temores entre pessoas da região sobre a trajetória dos preços. Ela admitiu que a inflação deve seguir elevada no curto prazo, diante de custos elevados no setor de energia, que pesam negativamente na atividade. Além desses custos de energia, gargalos na oferta pesam no quadro atual, notou.
Lagarde afirmou que o BCE adotará medidas “no momento certo” para ajustar suas políticas e garantir que a meta de 2% de inflação no médio prazo seja cumprida. Ela repetiu que a alta de juros não ocorrerá antes do fim das compras líquidas de bônus.
‘Riscos de alta’
Comissário da União Europeia, Paolo Gentiloni afirmou nesta segunda-feira que os riscos para a inflação “são de alta” neste momento na zona do euro. Também durante discurso no Parlamento Europeu, ele disse que os riscos para o crescimento, por sua vez, são “equilibrados”.
Gentiloni afirmou que não há evidências de que a inflação seguirá alta indefinidamente.
Segundo ele, ela deve ser elevada neste ano, mas perder fôlego em 2023.
Ele também afirmou que a questão sobre a possibilidade de adoção de um euro digital passará pelo Legislativo, que deverá decidir sobre isso.