O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que a provável instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro prejudique a tramitação do arcabouço fiscal ou da reforma tributária no Congresso. Pacheco afirmou que o requerimento para a instalação da CPMI será lido no plenário do Congresso na próxima quarta-feira, dia 26.

A comissão ganhou força esta semana, após vir a público imagens do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, conduzindo a saída dos golpistas que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

“Definitivamente, não. Temos senso de urgência em relação ao arcabouço fiscal”, disse Pacheco, lembrando que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já prometeu aprovar o projeto na Casa até o dia 10 de maio.

Segundo ele, quando o projeto chegar ao Senado, também será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), comandada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). “Alcolumbre já disse que cuidará da rapidez. Votaremos arcabouço em qualquer circunstância, inclusive com a CPMI”, completou.

O presidente do Senado ainda disse que o arcabouço será aprovado antes da reforma tributária, que é mais complexa e exige maior discussão. “Depois, vamos nos dedicar à tributária.”

Sobre a CPMI, Pacheco disse que nunca se opôs à instalação, que, inclusive, achava bastante razoável diante dos atos de 8 de janeiro. “O evento recente do ministro do GSI, agora exonerado, é uma circunstância a mais a ser apurada em CPMI.”