23/09/2016 - 10:00
A Austrália é o terceiro maior exportador mundial de carne bovina, atrás do Brasil (líder) e dos Estados Unidos. Além dessa importante presença no comércio internacional, o país da Oceania tem sua imagem associada à carne de qualidade. Internamente, faz um excelente trabalho de congregação dos pecuaristas, indústria e varejo.
Afinal, qual o segredo da Austrália e o que o país tem a ensinar à cadeia da carne bovina brasileira? Esse foi o tema apresentado por Matthew George, diretor Bovine Dinamics Consulting, na 9ª Interconf, que termina hoje em Goiânia (GO). “Acho que nosso maior mérito é entender as expectativas dos nossos clientes e nos estruturar internamente para fornecer os produtores que os importadores desejam.
A união da cadeia é vital nesse projeto. Apenas com a junção dos interesses coletivos é que a pecuária australiana pôde atingir o nível de eficiência atual, seja segmentando grupos de animais em diversos nichos seja ajustando à produção ao vaivém do mercado, mesmo considerando uma estiagem prolongada, que em muitos momentos nos tirou competitividade”.
A mensagem de Matthew George respondeu a vários questionamentos de Elton de Mattos Silva, professor associado na Fundação Dom Cabral. Que discutiu na Interconf os caminhos para a venda da carne brasileira com eficiência tanto em volume quanto em quantidade.
“Qualquer um pode comprar o seu produto, mas você precisa entender as percepções que geram valor ao cliente para desenvolver sua estratégia de atendimento, marketing e produção. O conselho número um é exatamente este: estabeleça com clareza quem é o seu cliente e se prepare para responder com assertividade aos desejos dele”, recomenda o especialista.
Fortalecimento da carne brasileira
O painel foi encerrado por Fernando Saltão, CEO da Associação Nacional dos Pecuaristas (Assocon), promotora da Interconf. Saltão descreveu o trabalho realizado pela entidade nos últimos meses, cujo foco é a valorização da carne brasileira tanto no mercado interno quando no comércio internacional. Uma das lutas da Assocon é a abertura de mercado. O desafio da vez é fazer o Brasil participar da Cota 481, da União Europeia.
“Aguardamos para as próximas semanas resposta da UE ao nosso pleito. A Cota 481 é uma excepcional oportunidade para a carne brasileira, já que possibilita a exportação de praticamente todos os cortes e partes do boi sem taxação. A título de comparação, a Cota Hilton exige pagamento de 20% de taxa para entrada na Europa”, explica o CEO da Assocon. Fonte: Ascom