17/01/2017 - 14:51
Nutrição animal
Entre as atividades de produção de proteína animal, a criação de bovinos foi a que mais cresceu em 2015. O Valor Bruto da Produção (VBP) de gado ficou em R$ 70,4 bilhões, 10,4% maior do que 2014, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Já a avicultura cresceu 3,5%, totalizando R$ 63 bilhões em seu VBP e a suinocultura subiu 3,8%, com R$ 12,8 bilhões. “Com maiores perspectivas de ganhos, o criador de boi pôde investir mais”, diz o veterinário Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). “E quem mais se deu bem foi o pecuarista de gado criado no pasto.” Surfando nessa onda, a subsidiária da americana Phibro Saúde Animal, com sede em Guarulhos (SP), viu seus negócios crescerem. “Foi nítido o aumento da procura por formulações que melhoram o desempenho da nutrição de bovinos de corte” diz o veterinário Stefan Mihailov, presidente da companhia no País. “Esse é um sinal de que a criação no pasto está se transformando para melhor.”
A Phibro é uma das produtoras de aditivos para ração animal que mais cresce no País. A empresa faturou R$ 312,8 milhões em 2015, 12,8% a mais do que em 2014. Por seu desempenho financeiro, ela é a campeã no setor de Nutrição Animal no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. Além disso, a Phibro é a campeã na categoria Agronegócio Direto – Médias Empresas. “Isso é consequência da aceitação cada vez maior de nossos produtos”, diz Mihailov. A companhia atua em um segmento de fortes concorrentes, como a gigante holandesa DSM-Tortuga, e empresas mais experientes, como a paulista Poli-Nutri, que está há 27 anos no mercado, seis a mais que a Phibro.
Para Mihailov, apesar da existência de cerca de duas mil empresas desse setor no País, o gigantesco mercado de nutrição animal ainda é pouco explorado, especialmente o de suplementação de sal mineral. “E é justamente neste segmento que os nossos aditivos têm ganhado mais força nos últimos anos.” A Associação Brasileira de Indústrias de Suplementos de Minerais (Asbram) estima que menos da metade do rebanho brasileiro, de 215 milhões de bovinos, receba suplementação de sal mineral. Já o Sindirações aponta que a necessidade de sal é o triplo dos atuais 2,43 milhões de toneladas vendidos por ano no País. “O mercado é imenso para explorar. O uso de aditivo para o sal mineral ainda não chegou a 5% desse universo”, diz Mihailov. “Por isso, nosso maior concorrente é quem não utiliza aditivos na dieta animal.”
Apoiada nos pecuaristas, que apostaram nessa nutrição mais caprichada, a Phibro tem ganhado musculatura. Com duas fábricas em São Paulo, uma no município de Guarulhos e outra em Bragança Paulista, a empresa processa anualmente 22 mil toneladas de aditivos alimentares. Mas a empresa também está no campo com sua equipe de consultores nas fazendas, promovendo encontros técnicos com produtores e realizando parcerias com instituições de pesquisa, entre elas a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba (SP), e a Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios (Apta), em Colina, órgão da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. “Apostamos em parcerias para mostrar que a nossa tecnologia traz resultados”, diz Mihailov. Através dela, por exemplo, a terminação da engorda do boi no pasto chega ser 40 dias mais rápida. Trata-se do conceito do Boi 7-7-7 , criado pela Apta e amplamente divulgado pela Phibro. Por este modelo de criação é possível levar um animal pronto para o abate, com 21 arrobas de peso vivo, aos dois anos de idade.
Embora as dietas para bovinos ainda estejam concentradas apenas em capins, o uso de rações tende a crescer à medida da intensificação da produção de carne. No ano passado, segundo o Sindirações, o incremento no mercado de ração para bovinos de corte foi de 2,2%, saindo de 2,67 milhões de toneladas para 2,73 milhões. Ao todo, o setor produziu 66,3 milhões de toneladas de rações e 2,43 milhões de toneladas de sal mineral, movimentando R$ 60 bilhões. Até 2020, a expectativa do setor é crescer pelos menos 15% em volume. “Somando rações e de sal mineral, até lá devemos chegar em cerca de 80 milhões de toneladas”, diz Zani.