06/06/2022 - 9:15
A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial, de 2022 no Relatório de Mercado Focus ficou em 8,89% considerando as projeções atualizadas até sexta-feira, 3 de junho, contra 7,89% na última divulgação da pesquisa, em 2 de maio. A estimativa de IPCA para 2023, foco principal da política monetária, ficou em 4,39%, contra 4,10% no último Focus (referente a 30 de abril).
Para 2022, a projeção na Focus segue muito acima do teto da meta (5,00%), sinalizando o segundo ano consecutivo de descumprimento do mandato do Banco Central (BC). A mediana para 2023 também mostra risco de novo rompimento, já que está mais próxima do limite superior (4,75%) do que do centro da meta (3,25%).
Com a proximidade do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho (dias 14 e 15), o BC divulgou nesta segunda-feira uma atualização parcial da Focus, em meio à greve dos servidores, com apenas as medianas para o IPCA, Produto Interno Bruto (PIB), câmbio e Selic no fim de 2022 e 2023.
O último Boletim Focus foi divulgado no dia 2 de maio, durante uma trégua da paralisação dos funcionários do órgão, que coincidiu com o período pré-Copom do mês passado.
Parte das expectativas de mercado do relatório é usada no modelo de inflação do BC, que, por sua vez, guia as decisões da taxa Selic, hoje em 12,75%. No último Copom, as projeções do BC para o IPCA eram de 7,3% para 2022 e 3,4% para o próximo ano.
Considerando as alterações nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 ficou em 9,00%. Para 2023, as alterações feitas nos últimos cinco dias úteis deixaram a mediana em 4,50%.
Na atualização parcial, o BC não divulgou o número de instituições participantes, nem as medianas da semana anterior ou de um mês atrás, como de costume na Focus. Tampouco trouxe todos os horizontes, sem nenhuma informação sobre 2024 e 2025.
Na última Focus, em 2 de maio, a mediana para o IPCA de 2024 era de 3,20%, já acima do centro da meta de 3,00%. Para 2025, estava em 3,00%, mas o Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda não definiu o objetivo inflacionário para esse ano.