O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divulgou nesta quarta-feira, 16, que técnicos avaliam os impactos das chuvas intensas nos imóveis tombados de Petrópolis, também chamada de “Cidade Imperial”, com construções do século 19. O município fluminense foi atingido por um temporal na terça-feira, 15, que resultou em mais de cem mortes. Os trabalhos de buscas em diferentes partes da cidade seguem em andamento.

Até o momento, não há um balanço oficial do patrimônio histórico afetado. “Diante das consequências do desastre para áreas tombadas na cidade, o corpo técnico do Instituto está promovendo vistorias para avaliar o impacto das chuvas para o patrimônio cultural local”, disse o Iphan em nota, na qual lamenta o que chama de uma “tragédia” e presta solidariedade à população e aos familiares e amigos das vítimas.

O termo “museu à céu aberto” é utilizado para descrever a cidade. No comunicado, a autarquia federal informa que o escritório técnico que mantém na região (em um anexo do Palácio Rio Negro) “não tem condições de funcionar presencialmente”, sem informar os danos. No sábado, 12, já havia divulgado não estar com uma linha telefônica operante, também por causa das chuvas.

“Herdeiro das terras adquiridas pelo pai, Dom Pedro II promoveu a urbanização da cidade e a transformou na sede da corte imperial nas temporadas de veraneio. Com extensas áreas protegidas a nível federal, Petrópolis reúne história, paisagismo e excelência arquitetônica, constituindo um dos principais marcos do Patrimônio Cultural Brasileiro”, destacou o instituto.

O centro histórico de Petrópolis é um dos oito “conjuntos urbanos” tombados pelo Iphan no Rio de Janeiro. O reconhecimento ocorreu primeiramente no eixo da Avenida Köeler (que até hoje concentra o patrimônio mais preservado e fica nas proximidades do leito do Rio Quitandinha), em 1964, e, nos anos 1980, foi estendido a outras edificações.

Segundo o Iphan, o conjunto reúne imóveis da segunda metade do século 19 e do início do século 20, com estilos variados, como neoclássico final, romântico (chalés) e eclético. O tombamento inclui as Avenidas Sete de Setembro, Tiradentes e Ipiranga, as Ruas São Pedro de Alcântara e Raul de Leoni, a Praça Visconde de Mauá, a Catedral de São Pedro de Alcântara e diversas casas.