26/11/2020 - 12:32
São Paulo, 26 – As regiões da Serra e Meio Oeste de Santa Catarina concentram este ano os principais relatos de prejuízos do setor agrícola provocados por javalis, cujo nome científico é Sus scrofa. Não há estimativas oficiais, mas calcula-se que circulam 8 mil animais em território catarinense, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
Na agricultura, o impacto mais significativo é por predação de lavouras, resultando em prejuízos econômicos significativos, especialmente em culturas de milho, soja e pastagens. Na pecuária, especialmente a suinocultura, os javalis representam uma ameaça sanitária, pois a condição desses animais é desconhecida. Por serem populações de vida livre, compartilham habitat e estabelecem formas de contato com diferentes espécies animais, expondo-se à transmissão de doenças infecciosas.
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O vice-presidente de Finanças da Faesc, Antônio Marcos Pagani de Souza, afirma em comunicado que diversas propriedades na região serrana foram invadidas e tiveram prejuízos nas lavouras. “Os javalis são um caos para a agricultura e pecuária, além dos campos nativos. Eles destroem as produções e causam insegurança sanitária. A situação no Estado é preocupante, porque a procriação destes animais é muito rápida, o que exige medidas na mesma velocidade para não deixar a situação fugir do controle”, alerta o dirigente.
A Faesc reforça que o contato entre criações domésticas e comerciais com populações de vida livre tem especial importância quando se trata de doenças transfronteiriças, de notificação oficial internacional e que podem resultar em restrições ao comércio internacional, como Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA), doenças das quais o Estado é livre.
Ao perceber a presença de javalis nas propriedades, a Faesc orienta os produtores rurais a comunicarem os órgãos ambientais e acionarem os controladores para o abate seguro.
“É preciso estar claro para toda a sociedade que o javali é uma praga, não um recurso. O controle populacional precisa ser efetivo para conter a expansão e reduzir seus impactos ambientais, sociais e econômicos no agronegócio”, sublinha o dirigente da Federação, Marcos Pagani de Souza.