A JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas de carne para a China em 2024, afirmou Wesley Batista, da família proprietária da empresa e integrante do conselho de administração. A fala ocorreu no AgroForum, promovido pelo BTG Pactual nesta segunda-feira, 4.

Batista não especificou qual proteína falava ou a origem das exportações da companhia, que também tem operações no Brasil, Estados Unidos e Austrália, entre outros países.

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Sua declaração foi feita em um contexto sobre o crescimento das exportações brasileiras, em uma palestra cujo tema era a internacionalização de companhias do agronegócio nacional.

“O nosso setor é inacreditável. Olha o Brasil! Quando eu comecei na década de 90, o mercado que o Brasil exportava era a Europa. O Brasil exportava 300 mil toneladas por ano para a Europa. Só a JBS vai exportar quase 1 milhão de toneladas para a China este ano”, disse ele.

De acordo com Batista, “há poucos lugares no mundo que tem condição de aumentar a produção na magnitude que o Brasil tem para suprir uma demanda crescente”. Ele vê a demanda aumentando na China, mas também em países do Sudeste Asiático, como a Indonésia, além da Índia e Oriente Médio.

“Estou confiante que nós que estamos no agronegócio podemos continuar otimistas e investindo no negócio, porque comida não vai parar de crescer.”

Lá fora é mais fácil

Batista, que como executivo comandou a unidade do JBS nos Estados Unidos no passado, disse que incentiva empreendedores brasileiros a expandirem as operações em outros países, porque é mais “fácil” operar no exterior. Segundo o empresário, no Brasil há questões tributárias e trabalhistas “complicadas”.

“Ser bem-sucedido aqui é sentar numa canoa e remar contra o rio. Você vai para os Estados Unidos é sentar na canoa e remar a favor do rio, você desce com ele, você vai junto”, disse Batista, lembrando que chegou aos EUA “sem falar uma palavra de inglês para tocar um negócio que era bem maior do que o nosso (no Brasil)”.

Ele disse que o Brasil tem um custo tributário “monstruoso”. “Temos um manicômio tributário, vem com um problema sério de insegurança, judicialização entre Estados…”, afirmou, lembrando que o departamento tributário da JBS no Brasil tem 300 pessoas, enquanto nos EUA são apenas 18.

Batista comentou ainda que, no momento, a indústria no Brasil enfrenta problema de mão de obra para expandir seu negócios. “Tem fábrica que só não aumenta (a produção) porque não tem gente”, afirmou, citando as unidades de Diamantino (MT) e Dourados (MS).

Por outro lado, ele citou que o Brasil tem uma das indústria frigoríficas mais sofisticadas do mundo.