O bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, resolveu, por meio de seu instituto Bezos Earth Fund, investir US$ 9,4 milhões (R$ 54 milhões) para o desenvolvimento de uma vacina para diminuir as emissões de metano por meio do arroto e o pum de bois e vacas. 

O estudo é liderado por pesquisadores do The Pirbright Institute e do Royal Veterinary College (RVC), do Reino Unido, e pelo AgResearch, um laboratório de inovação agrícola da Nova Zelândia. 

A pesquisa começou em agosto de 2024 e, de acordo com o fundo, pode fazer com que a emissão de metano seja reduzida em até 30%. O estudo deve ter uma duração de três anos. 

Como vai funcionar a vacina de Jeff Bezos?

O método da vacina, de acordo com pesquisadores, tende a ser mais eficaz do que os métodos que já estão em vigor, já que não seria necessário um fornecimento contínuo de suplementos, o que seria um desafio principalmente para países em que a maioria dos bois e vacas são criados em pastos soltos. 

“Não estamos desenvolvendo uma vacina de metano por si só, mas sim definindo o que uma vacina bem-sucedida precisa atingir. Ao entender as respostas precisas de anticorpos necessárias, podemos fornecer um caminho claro para o desenvolvimento da vacina”, disse o professor John Hammond, líder do grupo de imunogenética no Pirbright Institute. “Essa abordagem reduz o aspecto de tentativa e erro e se concentra na imunologia direcionada e de alta resolução.” 

A vacina vai agir na produção de anticorpos que impeçam a ação de bactérias responsáveis por gerar o metano dentro do estômago do boi.  

Redução de metano é desafio do agro

A vacina desenvolvida com o apoio do fundo de Bezos é somente um tipo de método para a redução da produção de metano no corpo de bois e vacas. Um deles, já testado no Brasil, é o uso de suplementação com óleos essenciais em vacas leiteiras, que já registrou resultados de redução de até 10% na emissão de metano pelos animais. 

O gás expelido pelos animais é um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global e é produzido durante a digestão dos animais. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o metano proveniente do esterco, arroto e pum dos bois e vacas representa quase um terço das emissões globais do metano.