01/07/2008 - 0:00
TACADA DE LUXO Campo do Helvetia Country Club em Indaiatuba (SP)
Se existe um esporte que é símbolo de glamour, este, sem dúvidas é o pólo sobre cavalos. Apesar de contar com menos de mil praticantes no Brasil, esses eventos desportivos são sempre fantásticos, repletos de gente bonita e endinheirada. Os animais também não ficam atrás. Cavalos da raça purosangue inglês, avaliados em até 100 mil reais, estão por toda parte. Caixas e mais caixas de champanhe – e não espumante nacional – dão uma animação toda especial ao público presente,
formado basicamente por executivos de grandes multinacionais, empresários e modelos famosas. Assim é um dia típico de competição neste restrito mundo do pólo.
“Queremos popularizar o pólo, mas isto é uma coisa muito difícil, pois existe uma imagem elitista criada em torno do esporte. Estamos trabalhando forte para que as pessoas percam o medo”, afirma Pedro Bordon, presidente do Helvetia Pólo Country Club, principal ponto de encontro dos jogadores paulistas. Bordon, que joga há mais de 20 anos, conta que muitas pessoas nem sequer procuram se informar sobre o esporte temendo os altos custos. “Queremos desmistificar esta coisa de esporte caro e elitista, que o Helvetia é um clube fechado. É claro que o pólo nunca vai ser um esporte popular, mas não é nada inatingível”, continua Com mais de 40 campos oficiais, a região de Indaiatuba, distante cerca de 100 quilômetros de São Paulo, é tida como capital nacional do pólo. Só no Helvetia são 13 campos, que vivem lotados de jogadores e cavalos, mesmo nos dias de semana. Os visitantes são minoria entre os cerca de 200 sócios, mas isso não os impede de taquear ao lado dos profissionais. De acordo com o presidente, o Helvetia dispõe de toda a estrutura necessária para os iniciantes, que nem precisam comprar um título definitivo para iniciar no esporte. Um título temporário custa pouco mais de R$ 5 mil por ano.
No entanto, se a idéia for jogar profissionalmente, o investimento já é bem maior, algo em torno de R$ 300 mil, fora os gastos com logística. Cada jogador precisa de, no mínimo , seis cavalos por partida. Fora os equipamentos, em sua maioria importados. Para quem gosta de cavalos e está disposto a investir em uma temporada o valor proporcional a uma colheitadeira, Bordon diz que vale a pena. Caso contrário, ele dá a dica. “Existe o pólo social, de lazer, e o pólo competitivo. Se a intenção for apenas se divertir no final de semana, o investimento é infinitamente menor”, completa.
DIRETO DA ITÁLIA: Salvatore Ferragamo (à esq.) prestigia evento organizado por Aluisio Ribeiro
TODO MUNDO É VIP – Se o pólo está cercado de glamour, os eventos em torno dele não poderiam deixar por menos. Responsável pela organização dos principais torneios do Brasil, Aluisio Ribeiro conta que o grande segredo para agradar em um lugar cheio de celebridades, é tratar todos os convidados da mesma forma: como VIPs. E não são poucos. Os grandes eventos, como o ‘Polo Icons’, chegam a reunir até 1,5 mil pessoas e custam mais de R$ 350 mil, mas o retorno é certo. “Quando se trata de um público qualificado como este, é preciso nivelar por cima. A soma dos pequenos detalhes é o que faz a diferença”, conta Ribeiro.
O
empresário lembra ainda que os eventos em torno do pólo, mesmo ainda restritos, atraem a atenção de muitos patrocinadores de peso, como Rolex, Veuve Clicquot, British Airways, Pfizer, La Martina e Hyatt, que pagam até R$ 250 mil para divulgar seus produtos. “Eles buscam atingir os formadores de opinião, como executivos, banqueiros e empresários que sempre estão neste meio”, completa.