O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, aproveitou a reunião da diretoria da entidade nesta segunda-feira,30, para estender a bandeira branca na federação. O herdeiro do grupo Coteminas evitou falar da crise, porém convidou o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, líder da oposição na entidade, para compor a mesa que recebeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na reunião da diretoria.

Na semana passada, os dois selaram um acordo de paz, que encerrou a crise na entidade patronal.

O discurso de abertura de Josué repetiu ao ministro as queixas do setor aos juros altos, “a maior taxa real do mundo”, e à pesada carga tributária, que reduz a disponibilidade de recursos para investimentos.

Segundo Josué, a indústria de transformação deixou de ser a locomotiva do PIB brasileiro, condição que ostentava até a década de 1980, por conta das condições “inóspitas” para o setor, responsável, lembrou ele, por 30% do total de tributos recolhidos no País.

“A estrutura tributária puniu a produção industrial no País”, disse o presidente da Fiesp, que cobrou a reforma tributária e o combate a causas dos juros altos como o caminho para a reindustrialização do Brasil.

Josué pediu ao ministro para baixar alíquotas da indústria de transformação na reforma tributária, o que, segundo ele, promoverá crescimento e, como consequência, vai gerar maior arrecadação ao governo.

Dentro das propostas de desoneração da indústria, Josué sugeriu a depreciação imediata de investimento da indústria, permitindo equalização do que ocorre no agronegócio, além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), antes mesmo da aprovação da reforma tributária. “Todas as experiências de redução de tributos da indústria de transformação resultaram em aumento da arrecadação”, destacou Josué.