30/11/2022 - 17:41
Os juros e a inflação continuam pesando sobre a atividade econômicas dos Estado Unidos, aumentando a incerteza ou pessimismo em relação às perspectivas, segundo informam empresários consultados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para o Livro Bege. O documento é uma espécie de sumário das condições econômicas do país e serve de base para as decisões de política monetária do banco central.
O relatório destaca que a atividade econômica ficou estável ou subiu levemente desde a divulgação do Livro Bege anterior, em meados de outubro. Entretanto, a inflação levou consumidores a substituir produtos por outros mais baratos. Os gastos do consumidor excluindo veículos, de acordo com o levantamento, ficaram mistos, mas de forma geral tiveram leves ganhos.
Na análise de setores, o Livro Bege indica que juros mais altos prejudicaram “ainda mais” as vendas de casas, que diminuíram a um ritmo moderado em geral, mas caíram acentuadamente em alguns distritos. Já a construção residencial caiu ainda em um ritmo modesto, enquanto a construção não residencial foi misturado, mas ligeiramente abaixo da média.
Preços ao consumidor
O Fed indicou no Livro Bege que os preços ao consumidor subiram a um ritmo moderado a forte na maioria dos distritos dos Estados Unidos.
Segundo o relatório, mesmo com o aumento, o ritmo de alta de preços desacelerou, “refletindo uma combinação de melhorias nas cadeias de abastecimento e enfraquecimento da demanda”. O Livro indica que a expectativa é que a inflação se mantenha estável ou moderada no futuro.
Ainda, queda de preços foi observada em algumas commodities. Já os alimentos aumentaram mais ou permaneceram elevados em alguns distritos.
Sobre o crescimento das rendas da habitação, o ritmo começou moderado em alguns distritos e os preços das casas cresceram menos rapidamente ou caíram completamente em meio à demanda fraca.
Mercado de trabalho
Na análise do Livro Bege, a empregabilidade cresceu modestamente na maior parte dos distritos nos Estados Unidos, com enfraquecimento na demanda por mão-de-obra e queda nas dificuldades de contratação, mas o mercado de trabalho segue apertado.
Algumas empresas expressaram relutância em dispensar empregados relatando dificuldades na contratação, apesar das necessidades de trabalho diminuindo. Enquanto isso, foram reportadas demissões em massa nas áreas de tecnologia, finanças e imobiliária.
Já as remunerações aumentaram em um ritmo moderado na média, com apenas alguns distritos experimentando certo relaxamento das pressões salariais.
As análises presentes no documento indicam um crescimento lento ou estável de empregos e pelo menos um crescimento modesto na remuneração para os próximos meses.