A Kellanova, antiga Kellogg’s, está aumentando cada vez mais a participação no mercado brasileiro. Com R$ 250 milhões investidos na fábrica na cidade de São Lourenço do Oeste (SC) em 2023, a companhia busca dobrar a produção no país e se consolidar no mercado de snacks, ao mesmo tempo que aumenta a rastreabilidade na produção de milho, batata e trigo, de olho em metas de sustentabilidade. 

Com um volume cada vez maior de produtos feitos no país, como a Pringles e o Sucrilhos, a companhia adota uma metodologia própria de rastreio, em diálogo com o produtor local, para reforçar a sua preocupação com a produção sustentável. O objetivo é expandir o compromisso com a rastreabilidade de matérias-primas para os 12 ingredientes prioritários da empresa em escala global até 2030.

Janaína Peres, Chief Procurement Officer da Kellanova para a América Latina, explica que os dados são coletados por empresas parceiras da companhia, que tem contato direto com os produtores e servem para a melhoria dos processos. 

“Anualmente são feitas 50 perguntas para entender como os produtores estão trabalhando nessa produção. Qual a evolução e quais são as melhores práticas. A pesquisa nos dá um direcionamento onde estão as áreas oportunidades e as dificuldades que a gente precisa continuar trabalhando”, explicou. 

Na pesquisa de 2023, foram abordados tópicos como saúde e segurança dos trabalhadores, equipamentos de proteção individual, manejo integrado de pragas, cultivo de conservação, gestão de nutrientes, irrigação de conservação, entre outros. O estudo, que é feito desde 2016 no país, revela que todos os agricultores parceiros adotam pelo menos uma prática de manejo integrado de pragas e 98,1% deles estão engajados em práticas de conservação do solo, enquanto 83% realizam testes anuais do solo para embasar suas decisões de fertilização.

“Nossa visão é reduzir significativamente o impacto ambiental, concentrando esforços na diminuição das emissões de gases em toda a cadeia de abastecimento de ingredientes. Ao aprimorar a saúde do solo e incentivar a redução de insumos como fertilizantes e pesticidas, também podemos melhorar a qualidade da água, a biodiversidade e aumentar a resiliência climática, buscando a redução das emissões de gases de efeito estufa”, explica Evelyne Faccio, Head de Assuntos Corporativos da Kellanova no Brasil.

Trigo, batata e milho

Segundo Janaína, a produção de trigo está focada na região sul do país, nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Já o estado de Minas Gerais concentra a produção de batatas e o centro-oeste, mais precisamente o estado de Goiás, a de milho. Os três produtos prioritários para o rastreio da companhia. 

Apesar de também possuir plantas na Colômbia e no Equador, o Brasil é um mercado estratégico para a companhia norte-americana. Desde 2016, quando a fábrica de São Lourenço D’Oeste começou a operar, foram mais de US$ 100 milhões investidos na operação. Somente na linha de produção são mais de 2.500 funcionários. 

“Nossa prioridade é focar no mercado de salgadinhos para sustentar um crescimento ambicioso no Brasil nos próximos anos”, encerrou Janaína.