11/05/2016 - 17:50
A República Dominicana acaba de entrar para a lista de países com acordo com o Brasil para o comércio de genética bovina. O protocolo sanitário entre os dois países vinha sendo negociado há alguns anos e foi homologado ontem (10/05/16) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A medida ocorreu após reunião realizada semana passada na maior exposição de raças zebuínas do mundo, a 82ª ExpoZebu, com a presença de representantes da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do MAPA e do governo da República Dominicana.
Em setembro de 2015, os dois países tinham assinado um memorando de entendimento referente aos requisitos necessários para as exportações, porém, só agora, com a homologação do protocolo sanitário as vendas externas de sêmen e embriões estão liberadas.
A República Dominicana é a segunda maior economia do Caribe e da América Central, sendo a agricultura um dos setores que mais emprega e gera renda para o país. Como tem condições climáticas favoráveis à seleção de zebu, a expectativa é de que a pecuária tenha um crescimento significativo, tanto em volume quanto em qualidade dos animais, em decorrência da entrada do material genético bovino brasileiro.
Outros países da América Latina que negociam a abertura de protocolos sanitários com o Brasil são Honduras, Nicarágua e México. Durante a ExpoZebu, representantes desses três países estiveram reunidos com a ABCZ, CNA e MAPA para avançar nas negociações. No caso do México já foi entregue uma proposta brasileira de certificados veterinários para sêmen e embriões ao coordenador geral de Pecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação do Governo do México Francisco Gurria Treviño, que esteve na ExpoZebu.
Já com a Colômbia será feita uma revisão de protocolo vigente com o intuito de viabilizar as exigências sanitárias, resultando em um aumento no volume de sêmen exportado. Uma das medidas que está permitindo simplificar as negociações com os países interessados na genética bovina brasileira, mas que não têm requisitos pré-estabelecidos na área sanitária, foi a criação do modelo padrão de Certificado Zoosanitário Internacional (CZI).
“Esta iniciativa foi muito bem recebida por produtores rurais estrangeiros que almejam importar material genético bovino. Tivemos solicitação por parte de pecuaristas da Nicarágua e Honduras para que o MAPA submetesse este modelo à apreciação das autoridades veterinárias desses países”, diz o chefe da Divisão de Trânsito Nacional do Departamento de Saúde Animal do MAPA Rodrigo Padovani.
Forte demanda do exterior
A 82ª ExpoZebu evidenciou o interesse de pecuaristas estrangeiros na genética bovina brasileira. Em 2016, o número de visitantes internacionais que passaram pela feira de 30 de abril a 7 de maio, em Uberaba (MG), foi 23% maior que no ano anterior. O Salão Internacional da ExpoZebu recebeu 452 estrangeiros das Américas, Europa, África, Ásia, sendo o maior número da Bolívia, México, Colômbia, Nicarágua e Costa Rica.
Aqueles que vieram de países que já permitem o livre comércio de material genético aproveitaram a visita ao Brasil para adquirir sêmen e embriões de raças zebuínas.
“A genética brasileira é um produto de grande demanda no exterior. Os avanços conquistados na ExpoZebu em relação aos protocolos sanitários devem refletir positivamente nos números das exportações deste ano”, destaca o gerente técnico Internacional da ABCZ, Mário Karpinskas Júnior, que também coordena o projeto de exportação Brazilian Cattle. Mais de 60 empresas divulgam seus produtos no exterior por meio do projeto, que é realizado em parceria entre a ABCZ e a APEX-Brasil. Fonte: Ascom