O Senepol vive um grande momento, contribuindo para melhorar a qualidade da carne em todo mundo. O Brasil é líder em volume de plantel, com 40 mil animais registrados e mais de 250 criadores. O crescimento nos últimos anos foi exponencial e, agora, lideranças buscam um entendimento global entre as associaçõe pelo planeta. Essa determinação culminou no I Encontro Internacional de Presidentes da Raça Senepol, que ocorre amanhã, 5 de março, durante a Houston Livestock Show and Rodeo, no Texas/EUA.

As primeiras conversas para a realização deste evento aconteceram aqui no Brasil, por intermédio de João Arantes Neto, diretor-executivo da Senepol Nova Vida, sediada em Ariquemes (RO), que também é membro do Conselho Administrativo da Senepol Cattle Breeders Association (SCBA), a representação norte-americana da raça. Tornou-se uma figura importante, dando voz aos criadores sul-americanos, que já representam uma fatia interessante do mercado mundial.

No ano passado, ele organizou uma reunião entre o presidente da SCBA, Pedro Alejandro Restrepo, e Gilmar Goudard, mandatário da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCBSenepol), onde foi ressaltada a necessidade de uma sintonia global entre as associações representativas do gado Senepol e a possibilidade de se criar uma confederação internacional, assunto que será o destaque do encontro entre lideranças, nos Estados Unidos. Para Neto, essa entidade poderia ser a própria SCBA, que já tem um lobby internacional muito forte. Em caso de divergências, a criação de uma entidade independente é cogitada. Das 16 associações que existem no mundo, 12 confirmaram presença. Ficaram de fora apenas Paraguai, Argentina, Venezuela e Austrália.

Além do Brasil e dos Estados Unidos, participarão Panamá, Costa Rica, Uruguai, Bolívia, Nicarágua, Colômbia, República Dominicana, Guatemala, México e Ilhas Virgens. “Além de facilitar o trabalho dos criadores e beneficiar o mercado da raça, este seria um feito inédito na pecuária mundial. Nem mesmo a raça bovina mais consolidada possui projetos parecidos como esse”, explica Arantes Neto.

Num primeiro estágio, essa entidade seria responsável pelo direcionamento global da raça, começando pela unificação do banco de dados de todas as associações, especialmente em relação às avaliações genéticas. De posse dessas informações, qualquer criador, no mundo poderia avaliar a eficiência de uma determinada genética seja aonde estiver.

O passo seguinte seria atribuir à ela a responsabilidade de uma certificadora.  Animais com padrão internacional receberiam sua chancela. “O Brasil ainda não alcançou condições sanitárias para exportar animais vivos para todos os países do mundo, mas creio que isso aconteça em pouco tempo. Detemos o maior plantel Senepol e a qualidade de nossa seleção é reconhecida globalmente. O mundo deseja e precisa da nossa genética”, conclui.