16/10/2024 - 12:38
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 16, que muitas pessoas não gostariam que o governo lançasse o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, agora anunciado, e reclamou que jornais e o mercado tratam política social sempre como gasto. Ele deu as declarações em discurso que ainda estava em andamento pouco antes das 11h no lançamento do programa.
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“Está cheio de gente que não gostaria que a gente estivesse fazendo isso, e essa gente vai estar notando para ver se estamos fazendo direito”, declarou o presidente da República. “É um problema que repercute nas manchetes de jornais, nos editoriais de jornais, no chamado mercado. Toda vez que a gente está cuidando de fazer política social é tratado como gasto. Isso não é à toa. Essa foi uma doutrina de palavras criadas para induzir a gente a determinados erro”, disse o petista.
Lula também deu como exemplo as vezes em que seu governo destina dinheiro para educação, e citou o exemplo dos professores: “Salário merreca para pessoa que toma conta de 40 crianças na sala de aula, ou de 50.” Lula também disse que será necessário um programa para incentivar estudantes a se tornarem professores.
O presidente também criticou a descontinuidade de programas lançados na gestão do PT nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. “Historicamente a gente semeia, a gente aduba, a gente joga água, e quando a gente sai vem alguém e destrói tudo com a maior desfaçatez. E mais incrível é que não há reação do movimento contra a destruição”, disse Lula.
Confira os principais eixos do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica:
Financiamento diferenciado: O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 oferece linhas de crédito específicas para práticas agroecológicas e produção orgânica. Com taxas de juros mais baixas e condições facilitadas, os agricultores familiares poderão adotar técnicas sustentáveis com mais facilidade;
Apoio técnico e capacitação: Serão ampliados os programas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), com foco na formação de técnicos e agricultores em métodos de cultivo sustentável e manejo integrado de pragas. Isso garantirá que as práticas agroecológicas sejam aplicadas de forma eficiente e produtiva;
Incentivos para a transição agroecológica: Incentivos financeiros e programas de apoio serão disponibilizados para agricultores que desejem transitar de sistemas convencionais para sistemas agroecológicos e de produção orgânica, facilitando essa transformação crucial para a sustentabilidade;
Pesquisa e inovação: O Planapo vai promover a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a agroecologia, apoiando projetos de inovação que aumentem a eficiência e a produtividade de sistemas orgânicos;
Cadeias produtivas: Políticas específicas serão implementadas para fortalecer as cadeias produtivas de produtos orgânicos e agroecológicos, facilitando o acesso dos produtores aos mercados e promovendo a certificação desses produtos;
Incentivo às compras públicas: Medidas serão tomadas para aumentar a participação de produtos orgânicos e agroecológicos nos programas de compras públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE);
Sustentabilidade e conservação ambiental: O Planapo irá destacar a importância de proteger o meio ambiente, promovendo práticas agrícolas que preservem a biodiversidade e os recursos naturais, conforme os objetivos do Plano;
Inclusão social: A inclusão de mulheres, jovens, indígenas e quilombolas na agricultura familiar permanece uma prioridade, promovendo a equidade e a justiça social no campo.