O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira, 12, que, se eleito, vai reproduzir a política econômica de seus governos. “Vou insistir na fórmula que foi um sucesso extraordinário”, declarou em sabatina promovida pela CNN Brasil. Ele não detalhou, contudo, se a ideia é retomar a política econômica adotada em 2003, sob a gestão Antônio Palocci, e marcada por ajustes fiscais, ou se aplicaria a Nova Matriz Econômica, iniciada em seu segundo mandato pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Na entrevista, o ex-presidente mais uma vez se distanciou da gestão Dilma Rousseff (PT) – “vou falar do meu mandato” -, garantiu ter responsabilidade fiscal e lembrou os sucessivos superávits primários conquistados em seu governo. “A economia só funciona bem se eu não gastar mais do que recebo”, destacou o candidato. “Se eu tiver que fazer dívida, tenho que fazer para construir ativo que possa ser rentável e garantia de melhorar a infraestrutura deste país. Não tem problema ter dívida se tiver capacidade de fazer dívida para investimento, e não para fazer custeio”, voltou a defender.

Lula criticou a política de desoneração promovida no governo Dilma. “Nós fizemos uma desoneração de quase R$ 540 bilhões. Acho que foi um equívoco”, avaliou, em tom de mea culpa. Ele ainda afirmou que, neste momento, ninguém tem mais credibilidade de visitar o exterior e fazer acordo de investimento do que o PT. “Vamos convencer as pessoas de que o Brasil é bom negócio para investimento novo”, afirmou na entrevista.

O petista disse ser “extremamente importante” o País se unir à Europa e à América Latina em bloco para negociar, mas falou em “equívoco” da Europa ao “ceder facilmente” na guerra da Rússia e da Ucrânia, sem, supostamente, ter buscado a paz a todo custo.