07/12/2022 - 16:37
O vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), defendeu nesta quarta-feira, 7, que o modelo de política econômica adotada pelo governo Bolsonaro, definido por ele como liberal e modernizante, não demonstrou sinais de esgotamento e que, portanto, a “luta” contra a deterioração das contas públicas é tarefa também do novo governo, que será presidido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A Luta contra deterioração das contas públicas é tarefa também do novo governo”, afirmou Mourão no 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
Na fala, que ocorre enquanto o governo de transição tenta emplacar uma PEC que aumenta o limite do teto de gastos para os próximos dois anos, Mourão fez críticas as gestões petistas. Segundo ele, a matriz econômica herdada em 2019 pelo governo Bolsonaro foi caracterizada por um ciclo vicioso de aumento de gastos públicos, sem crescimento relevante de investimentos, por exemplo, em setores como de infraestrutura. “Resultou no endividamento sem maiores investimentos”, afirmou o senador eleito.
“Que novo governo entenda que política econômica não pode ser estatizante e assistencialista, mas buscando sempre medidas que aumentem produtividade, a privatização das empresas que não são sustentáveis”, disse Mourão.
O vice-presidente também fez uma análise sobre o novo cenário mundial, que para ele sofre grandes transformações em relação ao que foi estabelecido no pós-guerra, ao que classificou como “modelo saturado”.
Mencionando crises e conflitos desenvolvidos nos últimos anos, Mourão citou a guerra na Ucrânia, os choques entre China e Estados Unidos, e o movimento da União Europeia para aprovar legislação “protecionista contra” o agronegócio brasileiro.
Diante desse novo contexto, Mourão listou problemas enfrentados pela sociedade, como empregos temporários, quadro que, segundo ele, tem gerado “muito medo, ansiedade e raiva”. O vice-presidente avaliou então que o “populismo se aproveita” de tais fatores para “minar a confiança na democracia liberal e fomentar conflitos e desordem”.
“É o que observamos dos resultados das eleições brasileiras, onde parte significativa da população se deixou envolver por promessas de caminhos mais rápidos e fáceis pra melhorias das suas vidas”, disse Mourão.