O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) usou as redes sociais na noite desta quarta-feira, 31, para se defender após uma declaração sua em um evento com empresários gerar acusações de elitismo. Mais cedo no mesmo dia, o presidenciável deu uma palestra sobre economia na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e brincou que o público do evento era “gente preparada”. “Imagina explicar isso na favela”, disse.

A declaração gerou repercussão negativa e foi criticada por aliados dos adversários do pedetista nas urnas. O deputado federal André Janones (Avante-MG), maior cabo eleitoral digital de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que Ciro “não precisa se dar ao trabalho de explicar nada pra turma da favela”. Janaina Paschoal (PRTB) afirmou que “cabe aos verdadeiros líderes encontrar as palavras para que todos compreendam sua mensagem, (…) mas nem todos são preparados para ensinar”.

O pedetista negou que tenha menosprezado os moradores de favela e classificou as críticas que recebeu como “má fé” e “hipocrisia”. Ele afirmou que os temas que abordou na Firjan são “capazes de ser entendidos por poucos” e explicou que sua fala foi, na verdade, uma “autocrítica” por ter usado termos técnicos em sua palestra.

“A pior luta da sinceridade é contra a hipocrisia. Fiz uma palestra na Firjan sobre temas extremamente técnicos – capazes de serem entendidos por poucos – e concluí com uma autocrítica por usar linguagem tão técnica. Daí a dizer que menosprezei moradores das favelas é muita má fé”, publicou.

O candidato ainda compartilhou um vídeo do momento em que fez a declaração e pediu aos eleitores que “tirem suas próprias conclusões”. Ele argumentou que sofre ataques das “máquinas de ódio” petista e bolsonarista por estar crescendo na campanha eleitoral. Contudo, adversários políticos reforçaram críticas ao pedetista nos comentários da publicação. A diretora do Instituto Lula, Tamires Sampaio (PT), respondeu que “não foi uma autocrítica” e acusou o presidenciável de menosprezar a “capacidade de compreensão” dos moradores de favela.