O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abriu por volta das 12h desta sexta-feira (18) a sessão deliberativa da Casa com a continuação da votação dos destaques de projeto que retira de fundos setoriais recursos desvinculados para ações de combate à pandemia do novo coronavírus, o PLP 137. Juntos, esses fundos somam R$ 10,510 bilhões e reduzem o volume de recursos que seriam liberados R$ 167,228 bilhões. Está na pauta do dia também a Medida Provisória 1000, entre outros mais de 20 projetos.

Partidos da base do governo na Câmara, do chamado Centrão, devem tentar impedir a votação da MP 1000, que trata sobre a prorrogação do auxílio emergencial por R$ 300. O deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP) disse que seu partido estará em obstrução em todo o dia de hoje.

Na quinta-feira, Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou que pautaria a MP e incluiria nessa proposta o 13º aos beneficiários do Bolsa Família, após ser cobrado publicamente por Jair Bolsonaro.

Para impedir a votação, uma das estratégias dos partidos é não registrar presença na sessão, para que não haja o número suficiente de deputados necessários (257) para se iniciar a reunião. Se isso não der certo, haverá o “kit obstrução”, ferramenta normalmente usada pela oposição, com pedidos de adiamento de pauta e outros para tardar a apreciação. Os parlamentares devem também apelar para o fato do parecer de Marcelo Aro (PP-MG) ainda não ter sido apresentado. A regra é que os relatórios devem ser apresentados com 24 horas de antecedência para ter tempo hábil de avaliar.

Acusação

Durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a perda de validade da medida provisória do 13° salário do Bolsa Família ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Bolsonaro também indicou que a cobrança pelo 13° neste ano também fosse endereçada a Maia. A reação do deputado foi quase imediata. Ao Broadcast/Estadão, Maia afirmou que Bolsonaro foi “mentiroso” em sua fala.