07/12/2020 - 13:25
Os próximos meses serão decisivos para definir o favoritismo ou não do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, avaliou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nesta segunda-feira, 7. Em entrevista à GloboNews, Maia destacou que a questão da vacina contra a covid-19 e a pauta de reformas serão temas que vão cobrar um posicionamento do governo e refletir na popularidade do presidente.
Segundo Maia, ainda é difícil definir se Bolsonaro é favorito na disputa eleitoral, mas sempre será um candidato forte. “Os próximos meses serão decisivos. Qual vai ser a decisão do presidente Bolsonaro? Ele vai continuar no campo dele? Ou ele vai tentar caminhar ao centro? São decisões difíceis”, comentou.
Maia opinou que a vitória de Joe Biden e derrota de Donald Trump nas eleições norte-americanas têm impacto maior do que as eleições municipais em relação às previsões para 2022. “Eu acho que a vitória do (Joe) Biden tem um peso nesses movimentos nacional populistas ou populares, que é uma rede mundial da qual o Brasil fez parte nas eleições de 2018.”
De acordo com Maia, os campos da centro-direita e da centro-esquerda podem construir uma candidatura forte contra o governo, mas enfrenta o desafio de “ter a capacidade de construir um nome” para 2022. Ele citou como possibilidades o apresentador Luciano Huck, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-presidenciável Ciro Gomes e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
“E onde é que está a dificuldade do nosso campo? Na agenda econômica. Esse é o grande desafio, que a gente consiga construir um denominador comum à agenda econômica. Aí sim nós passamos a ser uma força até favorita para o processo eleitoral”, avaliou.
Na visão de Maia, se a centro-direita e a centro-esquerda atuarem de forma separada terão “muita dificuldade” de levar um candidato ao segundo turno. “Elas unidas eu não tenho dúvida nenhuma que será um candidato ou favorito ou disputando com muitas chances a eleição”, disse.
Maia destacou ainda a política ambiental do governo, alvo de críticas internacionais, como um outro fator decisivo para definir as chances de Bolsonaro à reeleição. “Não podemos esquecer que só o equilíbrio fiscal não garante decisão de investimento. Para muitos investidores, é cada vez maior esse número, a questão ambiental é uma pré-condição para investir no Brasil ou em qualquer outro País, então (ainda) não dá pra dizer se ele é favorito ou não”, declarou.