Integrante do grupo de Indústria e Comércio no governo de transição, o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) defendeu nesta quarta-feira, 7, que o Congresso passe a destinar os recursos das emendas de relator, que constituem o orçamento secreto, para investimentos, com objetivo, por exemplo, de concluir obras paradas. “Aí você consegue dar aura de constitucionalidade a um tema que está opaco e causando peso enorme ao povo brasileiro”, disse. Ramos apontou desaprovar a ideia de destinar parte da verba para saúde e assistência social – plano presente no projeto articulado por líderes do Congresso para mudar as regras do orçamento secreto, às vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para ele, o problema nessa saída é que os recursos acabarão sendo usados para cobrir custeio. “Tínhamos que lutar para vincular esses recursos a conclusão de obras paradas”, disse Ramos durante o 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

Ramos endossou também a avaliação de que a reforma tributária será o grande desafio do governo Lula em seu primeiro ano. “Reforma tributária estará para o primeiro ano deste governo como reforma da previdência esteve para primeiro ano governo Bolsonaro. Me parece que vai se impor, mas é muito mais difícil de construir maioria necessária para aprovação do que reforma da previdência”, apontou Ramos, que falou ainda sobre a necessidade de compensar a desoneração da folha de pagamento.